Crime ambiental no Pantanal

O Pantanal é considerado a maior planície de inundação do planeta, englobando o sudoeste do Mato Grosso, o oeste do Mato Grosso do Sul, e parte do Paraguai e Bolívia. É uma região com alto índice de chuva, e periódicos alagamentos, cujas águas fertilizam o solo. A flora, com predominância típica de plantas de brejo.

 

É considerado um dos mais extraordinários patrimônios naturais do Brasil, possui uma biodiversidade de fauna apenas superada pela existente na Amazônia.

 

Há alguns dias, nos deparamos com um dos mais terríveis crimes ambientais ocorridos em Mato Grosso. A “Operação Cordilheira” aplicou uma multa de R$ 2.8 bilhões de reais por desmate químico numa área de 80 mil hectares no Pantanal Mato-grossense, cometido por um único infrator.

 

Por ser uma área alagada as substâncias químicas são lixiviadas podendo atingir também a fauna e seres humanos nas áreas do entorno da área afetada. As amostras coletadas na vegetação e nos sedimentos detectaram a presença de quatro herbicidas: imazamox; picloram; 2,4-D e fluroxipir.

 

 

O que aconteceu no Pantanal pode ser considerado um dos piores e mais graves crimes ambientais de Mato Grosso.

 

A pressão do ser humano em alguns biomas pode ser irreversível. O crime ocorrido naquela região, não afeta apenas a natureza, mas também comunidades humanas vulneráveis, especialmente aquelas que dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência.

 

Combater ações criminosas como essa requer uma mudança fundamental na forma como interagimos com o meio ambiente. É necessário adotar práticas sustentáveis em todos os setores da sociedade, desde a agricultura e a indústria até o consumo pessoal.

 

Além disso, é crucial reconhecer o valor intrínseco da natureza e os limites dos recursos do planeta. Devemos buscar um equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a preservação ambiental, garantindo que as gerações futuras possam desfrutar de um planeta saudável e habitável.

 

O combate a degradação do meio ambiente não é apenas uma questão ambiental, mas uma questão de justiça social, equidade e sobrevivência humana.

 

Sheila Klener é geóloga e servidora pública.

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