Ex-PM condenado por grupo de extermínio pega 3 anos por furto de coletes balísticos

O Conselho de Justiça da 11ª Vara Criminal Militar condenou o ex-soldado PM de Mato Grosso, Pablo Plínio Mosqueiro Aguiar, a 3 anos de prisão pela apropriação de duas placas balísticas, utilizadas em “coletes á prova de balas”, da Corporação. Ele, que foi demitido das fileiras da Polícia Militar em setembro de 2022,  também é um dos alvos da operação “Mercenários”, que revelou a existência de um grupo de extermínio que agia no Estado.

Os membros do Conselho de Justiça seguiram por unanimidade o voto do juiz Marcos Faleiros, titular da 11ª Vara Criminal Militar do Tribunal de Justiça (TJMT). A decisão é do dia 26 de janeiro de 2023.

Segundo informações do processo, as placas balísticas foram apreendidas no ano de 2016 pela Polícia Judiciária Civil (PJC), que deflagrou a operação “Mercenários” naquele ano. No início, o soldado PM, que atuava em Nobres (124 KM de Cuiabá), contou que mantinha a guarda do objeto com autorização do comandante da Companhia local.

O juiz Marcos Faleiros, no entanto, discordou da defesa, e revelou que diversas testemunhas (outros policiais militares), contaram que os material deveria ter sido restituído. Em 2014, Pablo foi transferido para Várzea Grande, na região metropolitana, e manteve a posse da ferramenta.

“Fato é que o réu, aproveitando-se da facilidade que o cargo lhe proporcionava e do acesso que possuía ao material bélico da Cia de Polícia Militar de Nobres/MT, apropriou-se de 02 placas balísticas, sem qualquer autorização ou mesmo comunicação aos seus superiores, o que somente foi descoberto porque o réu veio a ser alvo de mandado de prisão em razão de suposta prática de outro crime”, diz trecho do voto do juiz. A decisão estabeleceu que o ex-soldado vai cumprir a pena em regime aberto.

MERCENÁRIOS

Em abril de 2016, a PJC deflagrou a operação “Mercenários” cumprindo 17 mandados de prisão e de busca e apreensão, em Cuiabá e Várzea Grande. Seis policiais militares, seis vigilantes, dois informantes, além de outras duas pessoas apontadas como mandantes dos crimes foram alvos da operação.

Com os suspeitos foram apreendidas armas (espingardas calibre 12, pistolas 9 milímetros, revólveres) e munição, além de balaclavas, coletes balísticos, placas de veículos, luvas, roupas camufladas e uniformes da PM.

As investigações tiveram início em 2015 e foram realizadas por uma força-tarefa constituída pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) para apurar casos de homicídio com características semelhantes e considerados de “alta complexidade”.

O trabalho, chefiado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que o grupo preso está vinculado a pelo menos cinco casos de homicídio ocorridos entre os dias 3 de março e 13 de abril de 2016 em Cuiabá e Várzea Grande. A motivação, segundo as investigações, era meramente financeira e as vítimas não estavam necessariamente vinculadas a crimes.

Na ação penal derivada da Operaç]ãoo Mercenários, o ex-militar Pablo Plínio Mosqueiro Aguiar foi condenado a uma pena de 33 anos e três de prisão a ser cumprida em regime inicialmente fechado. Após recurso ao Tribunal de Justiça, a pena foi reduzida para 31 anos de prisão

Ex-PM condenado por grupo de extermínio pega 3 anos por furto de coletes balísticos | FOLHAMAX

Foto: Stock Graphics

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *