Após um período de intensificação das disputas políticas, o Brasil testemunhou pelo menos 299 casos de violência política entre 1º de novembro de 2022 e 15 de agosto deste ano. Durante 2024, houve 145 casos, incluindo 14 assassinatos. Um estudo realizado pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global revelou um aumento de 130% nos episódios de violência política no período pré-eleitoral deste ano, em comparação com o pleito de 2020.
A pesquisa identificou agressões físicas, ameaças, atentados, invasões, ofensas, criminalização e assassinatos como formas de violência política. Os dados mostram um aumento tanto na quantidade quanto na frequência desses incidentes.
Em 2018, houve um caso a cada oito dias, em 2020, um caso a cada sete dias, e em 2024, tem sido um caso a cada um dia e meio. A maioria dos casos foram de ameaças, com 153 registros, seguido por atentados, com 41. Dos 299 episódios de violência política, 77% foram direcionados a vítimas que exercem mandatos políticos, com a esquerda sendo o principal alvo.
O estudo também destacou que as mulheres foram o alvo de 46% dos ataques registrados, com ameaças e ofensas sendo as principais ocorrências. A pesquisa, intitulada “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, está em sua terceira edição e continuará a ser divulgada após o primeiro turno das eleições deste ano. Os dados foram coletados a partir de uma busca ativa de notícias em veículos jornalísticos, redes sociais, buscadores de internet e rastreamento automatizado de notícias em código Python.
A coordenadora de Incidência Política da Terra de Direitos, Gisele Barbieri, explicou que o estudo ampliou os mecanismos de busca ao longo das edições, incluindo palavras-chave para reunir os casos mapeados.
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
Fonte: Brasil de Fato
