Uma travesti de 32 anos, identificada como Ana Paula dos Santos, foi encontrada morta na tarde deste domingo (27) nos fundos de sua residência, na Avenida Botocudos, em Jaciara. A vítima estava com seis feridas de faca e também tinha o crânio esmagado. Ao lado do corpo foi encontrada uma faca e um pedaço de concreto, possivelmente utilizados no crime.
De acordo com informações da Polícia Militar, a vítima estava caída nos fundos da residência onde morava com um casal não identificado. Ao chegarem no local, os policiais constataram que as portas da residência foram arrombadas e no interior da casa havia rastros de sangue.
A partir de uma análise no local, a guarnição avaliou preliminarmente que a violência poderia ter começado dentro de um dos quartos da residência. Diante da cena do crime, uma equipe da Polícia Judiciária Civil foi acionada e iniciou o processo de perícia onde a vítima foi encontrada.
Ao todo foram seis perfurações pelo corpo, sendo uma no braço, uma na região do peito e outras três na região da face. Além disso, também foi constatado um esmagamento no crânio.
Em contato com os vizinhos da vítima, os policiais foram informados que a vítima vivia com um casal e a última vez que foi vista com vida estava se arrumando para sair. Até o momento, nenhum suspeito foi preso ou identificado. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
‘TRANSFEMINICÍDIO’
Apenas em 2021, a Associação Nacional das Travestis e Transessuxais (Antra) registrou certa de 140 assassinatos de pessoas trans do Brasil. Desse número, 135 foram de travestis e mulheres transexuais, e 05 casos de homens trans e pessoas transmasculinas. Em Mato Grosso o número ainda subnotificado chegou a três registros.
De acordo com o Dossiê realizado pela Antra, no último ano 72% dos casos de assassinato registrado no Brasil foram apresentados com requintes de crueldade, uso excessivo de violência e associação com mais de um método de violência.
Para a Associação, os números denunciam a transfobia presente neste tipo de crime. “Vimos notícias de corpos gravemente mutilados, tendo seus corpos incendiados, esquartejados e repetidamente golpeados”, afirma a Associação no dossiê.
A íntegra do Dossiê está disponível aqui.