“Tem Gente Que Vai Morrer Essa Noite Por Falta De Algum Medicamento”, Alerta Sérgio Ricardo

Foto: TCE-MT

Com informação: estadaomatogrosso

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, declarou que já estão ocorrendo mortes em Cuiabá e Várzea Grande em razão do colapso na área da Saúde, e que mais vidas podem ser perdidas nos próximos dias, a menos que haja uma mobilização para solucionar os problemas. Em uma conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 9 de dezembro, ele mencionou que “os quatro prefeitos” das duas cidades – tanto os atuais quanto os que assumirão em janeiro – serão convocados para uma audiência com o objetivo de estabelecer um ‘tratado pela vida’. Sérgio Ricardo participou de uma reunião de emergência na Assembleia Legislativa, convocada pela Comissão de Saúde da Casa. Também estiveram presentes representantes de outros órgãos de controle e do Tribunal de Justiça, além dos deputados estaduais.

“Estamos enfrentando o caos há muitos meses e agora chegamos ao ponto crítico. Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro também serão caóticos na próxima gestão se não agirmos agora”, alertou Sérgio Ricardo. “Hoje, há pessoas morrendo, e com certeza, alguém vai perder a vida esta noite, nesta madrugada, por falta de algum medicamento, componente ou especialista”, enfatizou ele. De acordo com o conselheiro, todos os 600 leitos da rede pública municipal de Saúde estão ocupados, já que os pacientes entram e não têm suas questões resolvidas. Sérgio explicou que isso se deve a diversos fatores, incluindo a escassez de medicamentos e a falta de especialistas. “Não há resolutividade. Ou seja, o paciente entra e acaba ficando internado sem conseguir sair, porque falta um medicamento ou algo simples, mas ele permanece lá. Assim, as 600 vagas da rede municipal estão ocupadas, e não há como internar novos pacientes, pois a resolutividade dos casos que entram é muito baixa”, destacou.

“E por que isso acontece? Os médicos já não estão atendendo, as empresas contratadas e seus profissionais não estão mais prestando serviços”, acrescentou. Sérgio Ricardo acredita que a solução para o problema deve ser discutida na audiência de conciliação com os quatro prefeitos, onde serão detalhados os procedimentos necessários para evitar a paralisação da Saúde Pública nos próximos meses durante a transição de gestão. “É preciso fazer um ‘tratado pela vida’. […] Os quatro prefeitos devem firmar um acordo. Qual é a prioridade número um da nova gestão que começará em janeiro? É a Saúde! Ninguém morre se as aulas não começarem em fevereiro, ninguém morre por falta de recursos para uma obra ou para tapar buracos. Mas as pessoas morrem se faltarem recursos nos hospitais, se não houver medicamentos e médicos”, concluiu.

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