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João Vieira
Com informação: gazetadigital
O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), sob o comando do conselheiro Sérgio Ricardo, ordenou uma auditoria completa nos sistemas de radares eletrônicos de Cuiabá e Várzea Grande. A medida visa investigar possíveis irregularidades na aplicação de multas e na destinação dos recursos arrecadados, diante da suspeita de que os equipamentos funcionem como uma “indústria de multas” sem benefícios concretos para a população.
Objetivos da auditoria
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Verificar o volume de multas aplicadas e o total arrecadado;
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Avaliar se os valores foram investidos em educação no trânsito e melhorias viárias, conforme exige a lei;
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Convocar as empresas responsáveis pela instalação e operação dos radares;
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Solicitar ao Inmetro dados sobre a última aferição dos equipamentos.
“Se os radares não estiverem dentro dos padrões legais, recomendaremos seu desligamento, a anulação das multas e até a devolução dos valores já pagos”, afirmou Sérgio Ricardo, lembrando que, no passado, uma ação semelhante resultou na retirada de radares irregulares e no ressarcimento aos motoristas.
Reclamações da população e mudança de discurso da prefeitura
A decisão do TCE reacende um debate antigo na capital. Advogados e motoristas criticam a falta de transparência e os obstáculos burocráticos para recorrer a multas.
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André Stumf (advogado): “Os radares hoje só servem para arrecadar, não para educar ou melhorar o trânsito.”
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Rodolfo Coelho (fisioterapeuta): “O radar é importante perto de escolas e hospitais, mas a revolta é não vermos retorno desse dinheiro.”
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Paulo Ricardo Fortunato (advogado): “Muitos não são notificados para se defender, e quando apresentam recursos, não têm resposta.”
Durante a campanha, o prefeito Abilio Brunini (PL) prometeu retirar a maioria dos radares, classificando-os como “caça-níqueis”. Porém, após assumir, amenizou o discurso e afirmou que reavaliaria a fiscalização, mantendo os equipamentos apenas em locais críticos, com sinalização clara da velocidade permitida.