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Com informação: folhamax
Dos 1.645 animais resgatados e encaminhados à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) em 2024, 76 não puderam ser reintroduzidos na natureza e estão sob a custódia de guardiões credenciados. A guarda de animais silvestres é concedida a cidadãos que estão devidamente registrados no órgão ambiental e que assumem voluntariamente a responsabilidade de cuidar dos animais, quando se verifica que não é possível reintegrá-los ao seu habitat natural. Para 2025, o cadastro de novos guardiões está aberto. Para se tornar um guardião, a pessoa deve residir em Mato Grosso e preencher um formulário para análise do perfil do solicitante.
No ato do cadastro, são exigidos os seguintes documentos: cópia de um documento de identidade oficial com foto e CPF, comprovante de endereço, requerimento de guarda, lista dos grupos taxonômicos ou espécies de interesse, e a quantidade de espécimes por grupo ou espécie. Além disso, é necessário fornecer informações sobre o local disponível para alojamento do animal e uma declaração de que o interessado pode arcar com as despesas do espécime. Confira o passo a passo completo aqui. A guarda provisória tem validade de seis meses e é concedida apenas àqueles que não tenham sido autuados por crime ambiental. “O servidor vai até a residência do candidato para avaliar as condições do local que receberá o animal.
Após a avaliação e aprovação da visita técnica, os documentos são inseridos em nossa base de dados e o candidato receberá o animal quando houver disponibilidade”, explica Eder Toledo, coordenador de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema. “É importante ressaltar que esses animais não são enviados aos guardiões para tratamento. Eles já se recuperaram de algum problema clínico, mas não podem retornar à vida livre devido a sequelas”, acrescenta Toledo.
Irene Bernardino Giostri está cadastrada como guardiã na Sema há quatro anos. Atualmente, ela cuida de 64 animais em sua residência, recebidos em diferentes períodos dessa parceria. Ela já teve sob sua responsabilidade tamanduá mirim, tamanduá bandeira, anta, lobete, coruja, falcão, gavião, pato, tucano, papagaio, arara, tartarugas, gambá, pássaros, macaco prego, sagui, porco-espinho, quatis, veado, guaxinim e capivara. “Minha primeira guarda foi de dois macacos. Um ano depois, mudamos para uma chácara e recebi a visita da Sema novamente, então comecei a construir mais viveiros para poder ajudar mais”, conta a guardiã. Irene enfatiza que a responsabilidade de recuperar o máximo de animais possível, através de manejo alimentar e medicamentos, resulta na devolução de muitos ao seu habitat natural. “O trabalho exige dedicação, mas a gratidão de vê-los bem não tem preço. Sou muito grata por poder fazer algo por esses animais. Cada soltura é emocionante, só quem vive isso consegue sentir”, afirma. Em 2023, a Gerência de Fauna da Sema atendeu 1.299 animais, 23 a mais do que no ano anterior, quando foram atendidos 1.254.