Foto: Mayke Toscano/Secom-MT
Com informação: gazetadigital
A secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, expressou que não tem expectativas de mudanças significativas a partir das discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30, que está programada para ocorrer no Brasil este ano. Segundo a titular da pasta, há um desinteresse por parte dos países mais ricos em implementar a sustentabilidade. “Sinceramente, a COP apenas destaca os problemas recorrentes. Não vejo expectativa de mudança, pois os países desenvolvidos, que deveriam arcar com os custos, não estão dispostos a fazê-lo. Essa é uma matemática clara”, avaliou durante o lançamento do Plano de Combate ao Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais 2025, nesta quinta-feira (27).
Ela, que também preside a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA), apontou que as prioridades das grandes nações não incluem ações que poderiam atenuar os efeitos da crise climática que o planeta enfrenta atualmente, e que os altos custos necessários para essas iniciativas estão sendo direcionados para outros fins, incluindo conflitos bélicos. “O investimento necessário para a transição para uma economia verde e mudanças no uso da terra é estimado em 3 trilhões de dólares, mas não há qualquer sinal de investimentos que se aproximem desse valor. Por outro lado, quando se trata de guerra, os investimentos já superam 10 trilhões”, refletiu.
Recentemente, o governador Mauro Mendes (União Brasil) sugeriu que, durante a Conferência Mundial do Clima (COP 30), os estados da Amazônia Legal exijam que os países ricos contribuam para a preservação ambiental. O chefe do Executivo estadual destacou que os países mais desenvolvidos são os que têm aumentado suas emissões de carbono e que as ações de preservação realizadas no Brasil são raras em comparação com outras regiões do mundo. Ele também criticou as “narrativas” ambientais de outras nações que teriam interesses comerciais em competir com o Brasil. “O Brasil não pode ser o país que é impedido de fazer o que todos os grandes países do mundo fazem, utilizando barreiras ambientais ou argumentos pseudoambientais. Nesta COP, vamos expor os responsáveis que sempre apontaram o dedo para o Brasil”, completou.
A COP 30, realizada anualmente, é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, um evento global onde líderes mundiais, cientistas, ONGs e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças climáticas. Considerada um dos principais eventos sobre questões ambientais no mundo, a COP deste ano ocorrerá no Brasil, especificamente em Belém, no estado do Pará, em novembro de 2025. Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), espera-se um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os dias principais da Conferência, dos quais cerca de 7 mil fazem parte da chamada “família COP”, composta por equipes da ONU e delegações de países membros.