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Com informação: abroncapopular
A Rede Mato-grossense de Bancos de Leite Humano, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), distribuiu 2.123 litros de leite humano para 1.766 bebês prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais em 2024. No total, foram coletados 3.411 litros de leite de doadoras, um aumento de 17% em relação a 2023, quando foram obtidos 2.953 litros. O número de doadoras também cresceu 15% no último ano, totalizando 2.495. O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, destacou a relevância do leite humano nos primeiros meses de vida. “O leite humano é fundamental para a saúde do recém-nascido e não pode ser reproduzido artificialmente. Ele fornece todos os nutrientes essenciais durante os primeiros meses de vida, por isso pedimos que as mulheres que amamentam se tornem doadoras e ajudem a alimentar os bebês que, por alguma razão, não podem receber o leite materno”, afirmou o secretário.
Segundo dados da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, foram realizados 15.961 atendimentos individuais e 1.496 atendimentos em grupo em 2024. Além disso, foram efetuadas 37.092 análises, incluindo 8.752 testes para detecção de bactérias, vírus, protozoários e fungos, 15.915 análises do valor calórico do leite e 12.425 análises do índice de acidez do leite. O coordenador do Centro Estadual de Referência da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano de Mato Grosso, Marcus de Carvalho, explicou que é comum que o número de doações diminua no início do ano, por isso é crucial conscientizar a população sobre a importância da doação contínua. Ele assegurou que não há comprometimento no atendimento dos pacientes, uma vez que as campanhas realizadas ao longo do ano garantem o suprimento necessário nos primeiros meses do ano. “As doações em janeiro costumam cair, mas não temos faltado para atender os bebês prematuros, graças à forte campanha do Novembro Roxo. Contudo, precisamos manter os estoques elevados para evitar possíveis problemas, e para isso precisamos de novas doadoras de leite humano”, destacou.
Além de novembro, que é o mês dedicado à prematuridade, são realizadas campanhas como o Maio Branco, voltada para a doação de leite humano, a proteção da amamentação e a sensibilização sobre o método canguru, assim como o Agosto Dourado, que celebra a amamentação. O nutricionista e responsável técnico pela equipe de Promoção da Amamentação e Alimentação Complementar Saudável da SES, Rodrigo Carvalho, comentou sobre a importância de ações e políticas públicas que incentivem e apoiem a doação de leite humano. “O trabalho da SES, como gestora de políticas públicas, visa não apenas aumentar a produção dos bancos de leite humano, mas também aprimorar a qualidade do atendimento à população, desde a doadora até o bebê prematuro em UTI Neonatal. Para isso, é fundamental o apoio coletivo aos bancos e postos de coleta, envolvendo gestores, profissionais de saúde e a sociedade. Todos devemos compreender melhor o papel dessas unidades especializadas no suporte à amamentação e na rastreabilidade do leite humano, desde a coleta até a pasteurização e a entrega ao bebê”, explicou.
Toda mulher ou pessoa que amamenta pode ser uma potencial doadora de leite humano. Para doar, é necessário estar saudável e não utilizar medicamentos que interfiram na amamentação. O leite humano doado passa por um rigoroso processo que inclui análise, pasteurização e controle de qualidade antes de ser distribuído. Segundo o Ministério da Saúde, um pote de leite humano doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, 1 ml é suficiente para nutri-lo em cada alimentação. Os bebês internados que não podem ser amamentados por suas mães têm a oportunidade de receber os benefícios do leite humano através da doação. Com isso, a criança se desenvolve de forma saudável, tem mais chances de recuperação e fica protegida contra infecções, diarreias e alergias.
Para doar, é necessário que toda mulher ou pessoa que amamenta esteja saudável, não utilize medicamentos ou substâncias contraindicadas durante o período de amamentação e produza uma quantidade excedente ao que seu bebê consome. Aqueles que atendem a esses critérios são elegíveis para a doação, que pode ser de qualquer quantidade. Atualmente, Mato Grosso conta com seis unidades de coleta, localizadas nos seguintes municípios: Cuiabá (Hospital Geral, Hospital Universitário Júlio Muller e Hospital e Maternidade Femina), Rondonópolis (Santa Casa de Misericórdia), Tangará da Serra (Hospital Santa Ângela) e Lucas do Rio Verde (Hospital São Lucas).
