Foto: Caroline De Vita
Com informação: olhardireto
Vice-prefeita de Cuiabá na chapa liderada por Lúdio Cabral (PT), a jornalista Rafaela Fávaro (PSD) tem demonstrado que sua carreira política vai além de sua família. Filha do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Rafaela está em sua primeira disputa eleitoral e busca provar que não depende da reputação de seu pai. Em entrevista ao Olhar Direto, ela enfatizou seu amadurecimento político e a construção de uma identidade política de centro-esquerda. Em contraste com as posturas mais conservadoras de seu oponente, sua campanha visa a construção de uma Cuiabá mais inclusiva e humana, com foco na ampliação dos serviços públicos, especialmente na saúde e na educação. O Olhar Direto realizou uma entrevista exclusiva com Rafaela Fávaro, abordando suas visões sobre políticas públicas, o papel das mulheres na política e sua avaliação do cenário político. Ela também foi convidada para a entrevista a candidata a vice na chapa de Abilio Brunini (PL), Coronel Vânia (Novo), que optou por não responder às perguntas. CONFIRA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA COM RAFAELA FÁVARO (PSD): OD – O que considera ser o principal diferencial da chapa que você compõe em relação ao seu adversário no segundo turno, Abilio Brunini (PL)? Rafaela Fávaro – Cuidado e respeito com as pessoas, com as mulheres, com os servidores públicos, com as crianças, com as famílias, com os idosos, com toda a população. Nós não queremos separar a população, varrer a população em situação de rua, muito pelo contrário nós queremos cuidar das pessoas, promover políticas públicas que vão melhorar a vida de todos, principalmente os que mais precisam. OD – Como foi a decisão de entrar para a política partidária? Você já se identificava com a centro-esquerda e se simpatizava com o presidente Lula? Rafaela Fávaro – Vamos começar de trás para frente, sobre a minha identificação política. Eu percebo, sinto que foi muito uma construção mesmo. Eu acho que a gente vai amadurecendo politicamente. Então, eu sempre gostei de política, sempre fiz política. Eu ainda conto a história que eu já arranjei confusão até na escola, antes de começar a votar mesmo, por questões políticas, porque sempre foi algo que me chamou muito a atenção. Mas, eu não conseguia me identificar exatamente de que lado. Eu sabia que eu gostava daquilo, eu era uma consumidora de política, mas eu fui amadurecendo e eu acho que com o tempo eu fui conseguindo me entender politicamente. Hoje eu me considero uma pessoa de centro-esquerda, com visões progressistas, mas é realmente algo que vem de um amadurecimento. E essa entrada na política, eu acho que ela veio muito naturalmente também. Tem a questão do meu pai (Carlos Fávaro), mas nunca foi nada forçado, sempre foi algo que foi acontecendo. Em 2017, quando eu volto para Cuiabá, depois de uma temporada trabalhando em São Paulo, eu resolvi me filiar ao partido e entrei para a juventude do PSD. E aí que eu comecei a viver mesmo o dia a dia do partido, a entender o que era ser militante. E aí em 2020 eu me tornei a presidente do PSD Mulher aqui no Estado. Num período de pandemia, muito difícil de fazer política, de reunir as pessoas, porque a política parte desse princípio de você estar ao lado das pessoas. Mas com o tempo eu fui aprimorando esse meu lado político e sempre entendendo que se eu me coloquei dentro de um partido filiado, militando, em algum momento o partido poderia precisar de mim. E esse momento chegou agora. OD – Acredita que ainda é vista apenas como filha do ministro Carlos Fávaro (PSD)? Rafaela Fávaro – Muito menos do que quando o meu nome foi lançado para vice. Eu acho que esse foi o primeiro e principal desafio que eu enfrentei nessa campanha, que foi de me mostrar por mim mesma e não por ser a filha de alguém. É natural as pessoas me identificarem naquele início como ah, ela foi escolhida por ser a filha do ministro porque não me conheciam politicamente, não sabiam da minha luta, do que eu estava trabalhando nos bastidores. Mas com muito trabalho e mostrando as minhas ideias e meus propósitos, eu fui conseguindo me distanciar disso. Ele nunca vai deixar de ser meu pai, meu conselheiro político, meu apoio, mas eu consegui mostrar que eu tenho o meu próprio caminho. Então foi um desafio no início, mas eu sinto que agora as pessoas já conseguem me enxergar por mim, e não por ser a filha do ministro. OD – A mulher quando inserida na gestão pública normalmente assume..