Quilombolas De Mato Grosso Lutam Por Regularização Fundiária Há Décadas

foto: Marcello Casal jr/Arquivo Agência Brasil

Com informação: cenariomt

Aproximadamente 11 mil quilombolas em Mato Grosso vivem em uma situação de insegurança fundiária, sem a devida regularização de suas terras. Essa questão foi discutida em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do estado, que destacou a urgência em resolver essa questão histórica. Apesar de haver 69 comunidades quilombolas reconhecidas em Mato Grosso, nenhuma delas possui o título definitivo de suas terras. A falta de regularização impede que essas comunidades tenham acesso a políticas públicas, como crédito para produção e investimentos em infraestrutura. O deputado Valdir Barranco (PT), que propôs a audiência, afirmou: “Precisamos acelerar a demarcação de terras e a regularização fundiária dos territórios quilombolas. O Brasil sempre acumulou uma dívida social muito grande com os pretos e pretas desse país”.

OS DESAFIOS DA REGULARIZAÇÃO EM MATO GROSSO
A principal dificuldade para a regularização das terras quilombolas está na demora do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em concluir os processos de identificação e demarcação. Segundo o presidente do Incra em Mato Grosso, Joel de Azevedo, existem 58 processos abertos no estado, mas o processo é lento e burocrático. Azevedo explicou: “Com o reconhecimento do Instituto Palmares, vai ser feito o trabalho de antropólogo, depois avaliação e por último a indenização. Então, é um processo um pouco lento”. A demora na regularização tem causado diversos problemas para as comunidades quilombolas, como invasões de terras, conflitos com outros grupos e dificuldades de acesso a recursos naturais.

IMPACTO NA VIDA DAS COMUNIDADES
A falta de segurança jurídica impede que os quilombolas invistam em suas propriedades e desenvolvam atividades produtivas. Muitas comunidades dependem da agricultura para sua subsistência, mas a falta de títulos de propriedade dificulta o acesso a crédito e a programas de apoio à produção. Gonçalina Santana, representante da comunidade quilombola Mata Cavalo, criticou: “Falta vontade política para regularizar nossas terras, porque documentações a gente já tem, várias vezes já teve recurso (financeiro)”.

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