Área de mais de 6 mil metros quadrados que abriga o Centro Político Administrativo de Mato Grosso (CPA) reflete o descaso por parte do estado com o patrimônio público. A falta de manutenção resultou no abandono de vários prédios de secretarias e autarquias, ao longo das últimas décadas, alguns em reformas que se arrastam por anos. Outros em franca depreciação servindo de moradia para sem -tetos. Enquanto isso, servidores públicos são alojados em prédios privados alugados, inadequados para as atividades, obrigando muitos deles a utilizarem seus próprios celulares para execução do trabalho pela falta de estrutura.
Um deles é o antigo prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) que há mais de dois anos foi desocupado e hoje está abandonado. O que foi o antigo auditório vem sendo depreciado, inclusive com muito lixo espalhado pelo ambiente e presença de colchões, indicando que serve de abrigo para sem tetos. Apenas veículos de servidores públicos hoje ocupam a área externa do prédio. Dentro se vê muito material de construção armazenado. Apenas um vigilante toma conta do patrimônio em uma guarita externa, que não será contemplada pela reforma, informa o profissional da empresa privada, que admite não ter condições de monitorar toda extensão do complexo que está com diversos acessos liberados. Tanto que são visíveis os vestígios de intensa movimentação de pessoas pelo local, com restos de marmitas e embalagens de bebidas e copos.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) informou que o prédio da Seduc irá abrigar a secretaria, autarquias e empresas vinculadas. A previsão de entrega é julho de 2023. Parte do prédio teve a obra de reforma concluída em julho de 2021, desde quando passou a abrigar o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea).
Todo complexo do CPA tem como ponto central o Palácio Paiaguás, sede do governo de Mato Grosso, com diversas secretarias em seu entorno em área de mais de 6,8 mil metros quadrados. Região que ao ser criada ficou conhecida como a “Brasília mato-grossense”, era rota obrigatória de turistas, principalmente aos fins de semana. Mas, atualmente, os acessos foram fechados fora do horário de expediente, com objetivo de trazer mais seguranças.
SILVANA RIBAS
A Gazeta