Por Que E Como Os Dinossauros Desenvolveram Penas?

Foto: Getty Images

Com informação: tecmundo

Essa é uma das questões filosóficas e biológicas mais importantes na história dos dinossauros. Em uma mutação aleatória, a queratina das escamas desses répteis começou a se organizar de maneira diferente, resultando nas primeiras penas. Através da seleção natural, essa mutação se tornou não apenas um traço curioso, mas algo extremamente útil para a evolução das primeiras espécies com penas. No entanto, essas “penas” não se desenvolveram como as plumagens coloridas que vemos hoje, mas sim como proto-penas, mais parecidas com filamentos simples de queratina do que as complexas ramificações atuais. Voar não estava entre as habilidades dos primeiros animais com penas. Mas para que esses fiapos entremeados nas escamas dos dinossauros serviam? Continue lendo para descobrir.

A descoberta de fósseis com penas demonstra que as primeiras plumagens eram bastante rudimentares e não tinham a função de voo. Alguns podem acreditar que assim que os dinossauros desenvolveram penas, eles imediatamente começaram a voar pelos céus pré-históricos. No entanto, o desenvolvimento das penas não foi simples. Pesquisas recentes mostram que o desenvolvimento das penas começou com um processo de “exclusão” de um tipo específico de queratina (alfa-queratina), enquanto outro tipo (beta-queratina) começou a dar forma às primeiras penas.

As primeiras penugens não eram tão maleáveis e leves, então sua função estava mais relacionada à regulação térmica e proteção da pele desses animais. Outra função única era chamar a atenção de parceiros para acasalamento. Essa modificação e substituição de tipos de queratina continuaram a se desenvolver e mutar ao longo dos anos, contando com a seleção natural para classificar os mais aptos para o repasse dos genes desenvolvidos. Sim, o surgimento das penas não fez com que as escamas desaparecessem imediatamente, coexistindo no corpo dos animais.

Nesse processo, a beta-queratina passou a se organizar de maneira mais complexa, transformando as proto-penas em penas de fato. Mais leves, maleáveis e complexas o suficiente para gerar resistência ao ar, produzindo empuxos para que o primeiro bater de asas fosse funcional. Contudo, ao longo do processo evolutivo, não apenas a plumagem se modificou, mas as estruturas ósseas também tiveram que mudar para possibilitar as decolagens. Atualmente, é sabido que a classe terópode foi a mais beneficiada nesse processo mutacional, no entanto, ela não é composta apenas por dinossauros bípedes pequenos, mas também gigantes.

Para os grandes exemplares, mesmo tendo desenvolvido plumagem, os voos ficaram apenas no projeto, assim como para alguns dos pequenos. Dados mostram que uma variedade generosa de dinossauros possuía penas, no entanto, poucos se adaptaram o suficiente para alçar voo. Se observarmos seus descendentes, as aves, isso se repete. O desenvolvimento de penas não é sinônimo de capacidade de voar. Pinguins, kiwis, emas, entre tantas outras espécies de aves não voadoras possuem penas bastante funcionais para o clima, habitat e “estilo de vida” desses animais, garantindo proteção da pele, regulação térmica e, em alguns casos, aerodinâmica e impermeabilidade no nado.

No resumo da história evolutiva dos vertebrados, os dinossauros desenvolveram penas porque as estruturas e forma de organização da queratina produzida em seus corpos mudaram e formaram as primeiras penugens. O surgimento das penas é apenas uma das mutações genéticas sofridas por esses animais ao longo dos séculos em que estiveram nesse planeta. Não seria surpresa encontrar exemplares com outros tipos de mutações, no entanto, menos eficazes na passagem dos seus genes. Claramente, nem todas as mutações ocorridas nesse processo obtiveram bons resultados.

Nesse caso, as mutações genéticas se mostram benéficas gerando bons resultados para hereditariedade dessas características, assim como desempenharam um papel bastante funcional para sobrevivência desses animais, seja para os ritos de acasalamento, quanto como proteção das intempéries do clima. A seleção natural (e um meteoro que extinguiu boa parte desse pessoal) foi responsável pela curadoria dos exemplares mais aptos, o que em milênios de mutações nos trouxe as aves. Lembre-se de no almoço de domingo, diante do frango assado, compartilhar com sua família que aquela galinha teve como antepassado um dinossauro que passou por diversos desafios, e que depois de muita luta, chegou até você em forma de alimento. Ou seja, apesar de nem todo réptil ter se tornado uma ave, todo ave já pode ter sido um réptil. Discorda? Nos conte sua opinião em nossas redes sociais. Até mais!

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