Oito anos após sofrer AVC, jovem supera sequelas e se forma em medicina

Nicolle Ribeiro/ VGN

Oito anos após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), a várzea-grandense Katinayane Zolin, revelou os desafios enfrentados para realizar seu grande sonho: se tornar médica. Em entrevista exclusiva ao , na sexta-feira (05.07), ela contou como superou.

“Parte dois da minha vida”, assim descreveu Katinayane sobre sua vida após o AVC.

Em seu relato, a jovem destacou a principal dificuldade encontrada no meio do caminho: a reabilitação. Para ela, a sensação foi de viver em outro corpo, visto que precisou reaprender coisas que, antes do AVC, fazia com praticidade, como escrever ou enxergar.

Parte dois da minha vida

“Digamos que foi a parte dois da minha vida, que foi, assim, muito difícil. Eu comecei a viver em um corpo ao qual não estava acostumada, então tive que reaprender tudo: a escrever de novo, enxergar de novo, porque minha visão foi modificada. Ou, por exemplo, eu era destra e hoje sou canhota”, explicou Zolin.

Apesar das dificuldades iniciais, Katinayane afirma que muitos dos problemas foram amenizados com o tempo e a reabilitação. E, devido a isso, ela pôde focar em seus planos iniciais, que eram estudar e realizar seu principal objetivo: ser médica.

“Hoje, são coisas que foram amenizadas com o tempo e com a reabilitação. Desde quando tudo aconteceu, a única coisa que eu sempre quis foi voltar à minha vida normal, estudar e alcançar o meu objetivo, que sempre foi me tornar médica. Então, a força de vontade que eu tinha para alcançar meu objetivo me ajudou a conseguir me reabilitar”.

Faculdade e novos ares

Katinayane se mudou para Roraima alguns anos após sofrer AVC, pois havia passado na Universidade Federal e poderia dar continuidade aos seus sonhos. Na época, a mudança foi difícil, não só pela doença, mas devido à dificuldade de se adaptar a um local diferente, longe dos amigos e da família. Contudo, o começo difícil foi amenizado pelas pessoas acolhedoras da cidade. Zolin fez novos amigos, teve ajuda de professores e também o apoio da mãe, que se mudou com ela.

Na faculdade, mesmo com as sequelas amenizadas com o tempo, a jovem revelou que teve dificuldades, principalmente no âmbito das habilidades manuais, como aprender a fazer uma sutura ou intubação. Habilidades que Katinayane aperfeiçoa cada vez mais com o tempo.

Divisor de águas

O que poderia ter sido o fim para muitos, Zolin usou para se reerguer. Agora, mais amadurecida e convivendo diariamente com outros pacientes, por conta dos estágios da futura profissão, a jovem acredita que consegue ver como as coisas funcionam e entende melhor o que passou.

“Eu tive que amadurecer em um tempo muito curto. Vendo tudo que passei, tudo que minha família passou, vim para cá, estar em contato com pacientes, eu vi como as coisas funcionam. É como se eu tivesse, assim, duas visões diferentes: a visão da paciente e a visão do profissional de saúde”, declarou.

Prestes a se formar, Katinayane se sente realizada em estar conseguindo viver um sonho que, por muitas vezes, pensou que não seria mais possível. “Hoje eu me sinto muito feliz, muito realizada. Estou realizando um sonho que, por muitas vezes, cheguei a pensar que não seria mais possível. Poder viver esse sonho hoje é um sentimento que não dá para explicar”.

Fonte: Oito anos após sofrer AVC, jovem supera sequelas e se forma em medicina | VGN – Notícias em MT com credibilidade (vgnoticias.com.br)

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