Nas Olimpíadas da Escola de Ensino Especial Livre Aprender Cuiabá, a principal modalidade é a inclusão

Nas Olimpíadas da Escola Estadual de Ensino Especial Livre Aprender Cuiabá, a principal modalidade é a inclusão. Com respeito aos diferentes pares, os troféus e medalhas das gincanas são de cidadania, direto à educação, acessibilidade e autonomia. Localizada no Bairro Areão, a unidade assegura práticas pedagógicas inclusivas com missão de garantir os direitos das pessoas com deficiência, seja de baixo ou alto grau de comprometimento, dando aos estudantes ensino funcional, especializado e de qualidade. As olímpiadas nasceram em 2006 para trazer novidades e garantir aos alunos a oportunidade de praticar esportes. Além disso, surgiu com objetivo de proporcionar interação e convívio social entre a Livre Aprender e estudantes de outras unidades especializadas.

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“Fizemos as atividades conforme as possiblidades das crianças, oportunizando a eles o convívio social. A principal iniciativa dos jogos é a abertura, que acontece para mostrar à comunidade que nossos alunos são capazes. E ai tem a passeata em volta da escola para mostrar à sociedade que nossos alunos estão inseridos dentro de uma sociedade que também merecem oportunidade”, disse Valdete Silva, professora da Livre Aprender e organizadora das olimpíadas.

Ela ressaltou que ficou super feliz por estar fazendo dezesseis anos organizando os jogos que possibilitam alegria e motivação de estar convivendo entre os pares. “É uma coisa que nunca pode acabar, pois assegura essa interação social importantíssima para eles”, acrescentou.

Nos jogos, os alunos participaram de atividades inclusivas e brincadeiras lúdicas. Linda de Oliveira, professora de educação física, deixou claro que a importância das olimpíadas para os estudantes aparece na inclusão, além do bem estar.

 

Estar entre cadeirantes, TDAH’s, síndromes de down e os mais de trinta e nove tipos de deficiência física, visual, intelectual, psicossocial e múltipla, é, conforme Linda explicou, passar todos os dias com novas experiências e novas histórias.

No caso das olímpiadas, a brincadeira da colher com ovo, por exemplo, é mais um meio de lidar com novas experiências buscando sempre a inclusão. Nas palavras da professora, “a gente tenta, o máximo possível, incluir todos. Temos os independentes e os dependentes. A gente faz atividades para todos eles. Por exemplo, a atividade da colher no ovo e deu muito bom, tanto para os dependentes quanto independentes. Foi uma maravilha”.

Para a educadora, o objetivo final da prática exercida na “Livre Aprender” é dar aos alunos autonomia, inclusão, o poder de trocar carinho, calor humano e respeito – que são fatores assegurados por uma equipe multidisciplinar composta por pedagogos, psicólogos, terapeutas, enfermeiras e cuidadoras.

 

Sebastiana Guimarães da Silva, colaboradora da unidade há mais de 15 anos, trabalha ali com brilho no olhar, sorriso no rosto e muita disposição para auxiliar no processo de autonomia dos educandos.

Por meio das atividades de vida autônoma (AVA), a simbólica, expoente da pedagogia e expressiva na arte de ensinar e aprender, Sebastiana se pôs como os olhos e as bocas dos colegiais, sempre priorizando pelo trabalho social, a convivência e a interação deles com o todo.

“Atividade de vida autônoma, onde eles aprendem a pedir seja com sinal de olhos ou com gestos para ir ao banheiro, a necessidade de escovação de dente. A gente ensina não forrar, porque eles não dão conta, mas puxar um pouco o lençol. A pegar um copo com água e conseguir pôr na boca, que é a vida autônoma para eles”, disse.

Nesta edição dos jogos, mais de 200 estudantes com deficiência participaram. Todos os 144 matriculados na Livre Aprender e mais setenta e oito de outra unidade especializada.

“Seja seguro pelo professor, ou então nos carrinhos que eles usam, seja na cadeira de rodas, arrastando do jeito que eles puderem fazer, eles fazem”, disse Sebastiana destacando que a importância dessa sociabilidade colabora para que percebam que são capazes de participar com autonomia das atividades pedagógicas, esportivas e lúdicas garantidas pela unidade.

Livre Aprender

Unidade que atua para o Estado há 30 anos, a Escola Estadual de Ensino Especial Livre Aprender Cuiabá tem como principal missão assegurar o direito à educação, à cidadania, inclusão e autonomia por meio das práticas pedagógicas funcionais e dequalidade, “valorizando sempre o seu potencial”, explicou a coordenadora da escola, Silvana Sampaio.

Com mais de 140 alunos educados pelo ensino especial, uma equipe multidisciplinar atua pela matriz curricular da educação básica, seguindo as portarias do Ministério da Educação no período da manhã. Pela tarde, há o desenvolvimento de projetos funcionais com abordagem ecológica que atendem diretamente as diferentes funções dos alunos e alunas.

Nesta abordagem, os educandos praticam vivências como lavar, passar, costurar, oficinas de música, artesanato, cozinha experimental, fisioterapia, hidroginástica, dentre outras iniciativas.

Tudo isso gira em torno da filosofia e da missão da Livre Aprender, que visa trabalhar o direto a vida, a questão da paz interior pela felicidade, da valorização de cada um dentro de suas especificidades e diferenças.

“Nós precisamos que esses jovens e adultos cresçam com essa interação, sentindo-se gente, sentindo-se pessoa dentro dessa sociedade, lá fora hipócrita, que não há uma inclusão definida. Aqui você está vendo que estão entre seus pares, temos vivências de experiencias maravilhosas, onde eles se encontram e se sentem felizes, independente da situação financeira, isso é o mais importante”, finalizou Silvana.

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