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Com informação: folhamax
O MT Hemocentro, o único banco de sangue público de Mato Grosso, recebeu certificação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), que é vinculada ao Ministério da Saúde, para fornecer o plasma excedente das doações e apoiar a indústria pública na produção de medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS). O plasma, um componente do sangue, contém proteínas essenciais, como albumina, imunoglobulinas (anticorpos) e fatores de coagulação, que são extraídos e processados para a criação de tratamentos. Desde 2023, o banco de sangue mato-grossense busca essa certificação, tendo passado por uma auditoria no final do ano e sido aprovado por atender todos os requisitos exigidos pela Hemobrás para a parceria na fabricação de medicamentos utilizados no tratamento de pacientes com coagulopatias hereditárias, como hemofilia, além da produção de imunoglobulina e albumina humana.
“Essa certificação reflete o compromisso do MT Hemocentro com a qualidade do serviço prestado à população. A política nacional de sangue é rigorosa, e esse reconhecimento comprova que o único banco de sangue público de Mato Grosso atende a todos os critérios com excelência”, comentou o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo. Conforme um relatório da Hemobrás, o MT Hemocentro forneceu uma média de 662 bolsas de plasma por mês ao longo de 2024. Estima-se que esse material tenha sido suficiente para produzir 4.243 frascos de albumina humana, 1.556 frascos de imunoglobulina 5g, 299 frascos de Fator VIII e 572 frascos de Fator IX. O certificado foi entregue à diretora do MT Hemocentro, Gian Carla Zanela, durante a conferência “Hemorrede pública e Hemobrás: Diálogos sobre a Gestão do Plasma Brasileiro”, realizada em Pernambuco no dia 27 de março. Gian Carla visitou a fábrica da Hemobrás, onde o diretor técnico demonstrou o processo de extração do plasma que poderá ser fornecido pelo Estado. “A visita técnica foi incrível.
O voluntário que doa sangue no MT Hemocentro não salva mais quatro vidas, como sempre dizemos. A partir de agora, ele salva cinco vidas ou mais, pois diversos pacientes poderão receber medicamentos resultantes das doações de sangue do MT Hemocentro”, explicou. A diretora também enfatizou a importância de o Brasil se tornar autossuficiente na produção de medicamentos. “O valor disso é que o plasma excedente, que não é utilizado para transfusões, trará uma economia significativa para o Estado e para o Brasil, já que os medicamentos, que atualmente são adquiridos, serão fabricados aqui para atender nossos pacientes”, afirmou. Segundo a diretora, o objetivo é que o MT Hemocentro amplie ainda mais o fornecimento de plasma. “O próximo passo é a Hemobrás qualificar nossas unidades no interior do estado, para que o plasma excedente delas também seja direcionado à indústria”, concluiu.