Há 7 meses, a vida de Edilaine Gonçalves de Jesus, 27, mãe de 6 crianças e grávida, não tem sido nada fácil. Após o término de um relacionamento que durou 14 anos, ela se viu afundada em desespero e abandono e, por meses, desorientada. Sem ter para onde ir com todas as crianças, ela e o filho mais novo, Eliel Ângelo, de 1 ano 8 meses, estão morando de favor na casa de uma irmã, há 5 meses. A irmã lhe estendeu a mão em um dos momentos mais difíceis de sua vida, quando sem esperanças chegou a pensar que a vida não valia a pena.

“Vivi um desespero total. Quem me viu há 4 meses não acredita que sou eu hoje. Mas é difícil lutar contra a tristeza, até hoje ainda tem vezes que chego a pensar que seria melhor Deus me levar logo”, afirma.

Segundo ela, foi por causa dos filhos e graças ao apoio da irmã e do cunhado que, além de acolhê-la, a levaram para igreja, que ela conseguiu se reerguer. Eles me ajudaram e me ajudam muito.

Na casa pequena, que fica no bairro Jardim Vitória, em Cuiabá, já moram 6 pessoas e, por isso, ela precisou deixar parte dos filhos com os pais. Quatro deles, que são filhos do mesmo pai de Ângelo, estão com o homem em uma casa próxima. Já outro, de 4 anos, é filho de outro homem e também foi para casa do pai. Precisei me separar deles porque aqui não tem como ficar todo mundo, conta com os olhos marejados ao lembrar que vê os filhos apenas pela manhã, antes de irem para a escola.

Vivendo dificuldades, já que na casa o cunhado e a irmã estão desempregados, ela conta que a família tem sobrevivido com ajuda do Auxílio Brasil e também de algumas doações, quando recebe. Com a situação, ela não tem condições de dar aos filhos tudo que precisam e muito menos o leite que todos gostam. Com o que consegue, ela garante, com dificuldades, o leite do menor. Não dá para ter uma boa alimentação, nem dá para dar tudo que pedem, essas coisas de criança sabe?.

Além da alimentação, ela conta que seu maior sonho é ter sua casa para unir a família. O terreno ela já ganhou, pois a irmã e o cunhado deram parte do quintal para que ela tenha seu lugar. A mão de obra também pois, segundo ela, a casa pode ser feita pelo irmão. Agora ela precisa dos materiais para dar início ao seu sonho. Preciso de tudo, desde tijolo, cimento até mesmo os móveis para colocar lá.

Sem nenhum tipo de móveis, ela conta que já conseguiu um lugar para guardar o que ganhar até que a casa fique pronta.

Gravidez

Grávida do seu 7º filho, ela conta que há cerca de 4 anos vem tentando a laqueadura, mas a desculpa sempre é a de que ela não tem nenhuma cesárea. Tive todos eles de parto normal e aí, quando corro atrás, a desculpa é a cesárea. Quando soube desta nova gestação, que ela acredita ter em média 4 meses, afirma que chegou a pensar em tirar o bebê. Passou pela minha cabeça, mas eu conversei muito com a enfermeira do postinho e depois com minhas irmãs e desisti.

Até hoje ela não conseguiu realizar nenhuma ultrassom pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para saber como vai a gestação e o bebê. O único acompanhamento que faz é com enfermeiras no postinho de saúde do bairro. Eu faço o pré-natal no posto, mas nunca tem médico, as enfermeiras me atendem e orientam.

Para essa criança, que ela ainda não sabe nem quando vai nascer, ela precisa de tudo. Não tenho nada, roupinhas, fraldas, berço e nem carrinho. O carrinho de bebê ela lembra ainda que ajudaria muito com Eliel Ângelo, quando a barriga já tiver maior. Eu preciso conseguir um agora, pois com barriga grande é difícil carregar ele.

Natal

Para o Natal, o sonho é dar início à construção da casa, mas também conseguir vagas na creche para os menores e, assim, um emprego no próximo ano. Se forem para creche eu posso pegar uma faxina, posso ser ajudante de cozinha e outros serviços e assim dar algo melhor para eles.

Além disso, a mãe ainda sonha com uma mesa farta com alimentos, frutas e leite, como também com materiais escolares e mochilas para o próximo ano. Everton Júnior, 10 anos, sonha com uma bicicleta ou um skate. Já Maria Júlia, 9, quer uma barbie ou um bebê reborn.

Emanuele, de 7 anos, quer um patinete ou um bebê reborn. Elizeu, de 4 anos, quer um carrinho ou uma motinha. Esmeralda, de 3 anos, quer uma bárbie sereia e para Eliel Ângelo a mãe pede um carrinho ou fraldas M. Na casa ainda há Ana Kamily, 10 anos, que é filha da irmã de Edilaine. Ela sonha em ganhar um bebe reborn ou uma bicicleta.

Serviço

Para ajudar a família de Edilaine o telefone de contato é (65) 99221-4456 (irmão Edivania).