O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, nesta sexta-feira (11), seu apoio e solidariedade à Dinamarca em relação à questão da anexação da Groenlândia pelos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, tem manifestado repetidamente seu desejo de incorporar o território autônomo dinamarquês no Ártico aos Estados Unidos. Lula recebeu um telefonema da primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, com quem discutiu o atual contexto geopolítico e outros assuntos de interesse mútuo. Quanto à Groenlândia, a Dinamarca já reafirmou que o território não está disponível para anexação, e líderes regionais têm denunciado a “interferência estrangeira”.
Em meados de março, Trump declarou que a anexação pelos Estados Unidos acabará ocorrendo para promover a segurança internacional. O território autônomo busca conquistar sua soberania, mas ainda é financeiramente dependente da Dinamarca. Embora todos os principais partidos da Groenlândia sejam a favor da independência a curto ou longo prazo, nenhum deles apoia a ideia de uma conexão com os Estados Unidos. A ilha ártica, com 2 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 80% são cobertos de gelo, possui apenas 56 mil habitantes. A região é de grande importância geoestratégica. Os Estados Unidos mantêm uma base militar no norte da ilha, como parte de um amplo acordo de defesa firmado em 1951 entre Copenhague e Washington. Além de sua localização estratégica no Ártico, a Groenlândia é desejada por seus recursos naturais, embora a exploração de petróleo e a extração de urânio sejam proibidas.
POLÍTICA INTERNACIONAL
Outro tema abordado na conversa entre Lula e Frederiksen foram as mudanças tarifárias em andamento no cenário internacional, iniciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Ambos concordaram sobre a importância da defesa dos princípios do multilateralismo, especialmente no que diz respeito ao livre comércio”, diz um comunicado da Presidência. Durante a conversa, que durou cerca de 40 minutos, os líderes expressaram a determinação de colaborar para concluir o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que está sendo negociado há mais de 20 anos. No segundo semestre, o Brasil assumirá a presidência do bloco sul-americano, enquanto a Dinamarca ficará à frente da presidência rotativa do Conselho da União Europeia. O presidente Lula também reiterou o convite para que a primeira-ministra dinamarquesa visite o Brasil no segundo semestre, tanto para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em novembro, em Belém, quanto da Cúpula Brasil-União Europeia, cuja data ainda será definida.
informações: Agência Brasil
