O homem de 57 anos que foi preso sob suspeita de assassinar o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e candidato a vereador em Gameleiras, no Norte de Minas Gerais, Zaqueu Fernandes Balieiro, também era candidato à eleição pelo mesmo partido.
De acordo com membros do MST, ambos tinham desentendimentos de longa data por causa da atuação de Zaqueu na luta pela terra.
O homem preso trabalhava como pistoleiro profissional, contratado por fazendeiros da região que tinham interesse em grilar as áreas ocupadas pelo MST. Zaqueu, conhecido como Zaqueu da Vila, foi encontrado morto e alvejado na traseira de sua caminhonete na manhã de segunda-feira.
O ativista atuava na organização dos acampamentos de Tamburi, Terra Preta e Terra Verde. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lamentou a morte de Balieiro, caracterizando-o como “uma das mais importantes lideranças do movimento da reforma agrária em Minas Gerais”.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) de MG e o MST exigiram “uma investigação rigorosa” e ressaltaram que Zaqueu “vivia há anos sob ameaças de latifundiários e poderosos da região”. Em 15 de abril de 2022, uma nota da mesma CPT denunciou que 100 famílias camponesas do acampamento Terra Verde estavam sofrendo ameaças por homens armados.
A Polícia Civil de MG informou que o suspeito foi autuado em flagrante delito por homicídio e posse de munição de uso restrito, e que a motivação está sendo apurada.
Ele foi preso perto de sua casa, após ter sido reconhecido em imagens de câmera da cidade que mostram uma moto perseguindo o carro de Zaqueu. Na sua casa, foram encontradas mais de 60 munições, incluindo do calibre que matou o sem-terra, além de um colete balístico.
Foto: Arquivo pessoal
Fonte: Brasil de Fato | São Paulo (SP)