Homem é detido em chácara, agredido e colocado em porta-malas de carro até liberar senha bancária do celular

Um homem de 55 anos passou por horas de tortura nesta sexta-feira (21) em Várzea Grande. Ele estava ordenhando uma vaca em sua chácara quando foi surpreendido por cinco criminosos que o renderam, agrediram e torturaram até ele dizer qual era a senha bancária do celular, para que fizessem transferências. A vítima chegou a ser amarrada e colocada no porta-malas de um Uno.

Segundo informações da Polícia Judiciária Civil (PJC), um casal envolvido no crime foi preso no mesmo dia, e as investigações continuam para encontrar outros suspeitos. O caso aconteceu em uma chácara na região do Formigueiro. A vítima procurou a Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande ainda muito debilitada, depois de ser liberado pelos criminosos.

Ele contou que depois que os criminosos invadiram sua chácara, apontaram uma arma para ele, o levaram para dentro da casa, o amordaçaram e amarraram. Eles ainda pegaram o celular da vítima e apontaram a arma para sua cabeça, ordenando que informassem a senha da conta bancária. Diante da negativa, ele foi agredido com chutes pelo corpo e os bandidos colocaram a arma em direção à sua cabeça e gritaram: “passa a senha, senão vamos atirar na sua cabeça e estourar os seus miolos!”.

Os ladrões roubaram R$ 2.500,00 em dinheiro, além de dois aparelhos celulares, um notebook, uma motosserra e uma espingarda de pressão. No entanto, ainda queriam a senha, e por isso colocaram a vítima, amarrada e vendada, no porta-malas do Fiat Uno e saíram do local.

O bando ficou dando várias voltas com a vítima dentro do veículo, até que pararam no quintal de uma residência onde se ouvia vozes de uma mulher e de crianças. A vítima foi novamente torturada pelos criminosos, dentro do veículo, e, não aguentando mais a violência, informou a senha do celular e de sua conta bancária. Os bandidos acessaram a conta da vítima, de onde fizeram transferências e débito de boletos bancários, até que enfim liberaram a vítima.

O homem, após libertado, na região do Capão Grande, procurou a delegacia. Ele forneceu informações de sua conta e os policiais da Derf conseguiram identificar quem havia recebido as transferências.

Os investigadores foram até o endereço de uma mulher que havia recebido parte dos valores. Ela afirmou desconhecer, disse que não tinha conta digital e que acreditava que tivessem utilizado seus dados para a abertura da conta.

Em outro endereço, onde estava o casal que foi preso, a equipe apurou que as características físicas do homem batiam com a descrição passada pela vítima. Marido e a mulher alegaram que não estiveram no local do crime e que o líder da associação criminosa era outra pessoa, que a função deles no roubo foi apenas ceder a conta bancária e que o outro criminoso prometeu um percentual do que fosse roubado.

O casal foi detido em flagrante após a polícia descobrir que eles receberam dinheiro do roubo. A vítima fez o reconhecimento e afirmou que o homem detido era um dos autores e, inclusive, a pessoa que lhe rendeu com uma arma de fogo.

A delegada Elaine Fernandes, da Derf de Várzea Grande, explica que a quadrilha adotou o modus operandi que tem sido comumente utilizando pelos criminosos, invadindo residências e rendendo famílias a fim de obrigá-las a efetuar as transferências bancárias.

“Porém, desta vez, foi muito mais violento, pois amarraram, amordaçaram, vendaram e colocaram a vítima no porta malas do veículo, restringindo a liberdade da vítima por mais de duas horas.

A delegada pontua ainda que a conduta da mulher não foi apenas de receptação dos valores roubados. “Além de transferir os valores para a sua própria conta, pelo aparelho celular da vítima, junto com seu convivente e comparsa, posteriormente ela cumpriu a ordem do líder do grupo criminoso pulverizando para outras contas bancárias os valores subtraídos da vítima”.

A titular da Derf destacou ainda que o casal preso em flagrante demonstrou frieza com a vítima ao levá-la amarrada e amordaçada, para a própria residência, onde estavam crianças, transformando o local em cativeiro.

O homem e a mulher foram autuados em flagrante por associação criminosa armada, sequestro e cárcere privado e roubo majorado (concurso de pessoas, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade da vítima). Os dois passarão por audiência de custódia e ficarão nas respectivas unidades prisionais à disposição da Justiça. A investigação segue para localizar os demais integrantes do bando criminoso.

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