Governo de MT vai demolir escola após abandonar obra de R$ 3 milhões

Gislaine Morais/VGN

Orçada em mais de R$ 3 milhões e abandonada há mais de 1 ano e seis meses, a reforma da Escola Estadual Militar Tiradentes Tenente Coronel Louirson Rodrigues Benevides (antiga Nadir de Oliveira), localizada no Jardim Glória, em Várzea Grande, foi embargada pelo Governo do Estado. O prédio será demolido para a construção de um Colégio Estadual Integrado (CEI).

Em janeiro de 2023, os alunos da Nadir de Oliveira foram transferidos para o espaço da Escola Licínio Monteiro da Silva, onde funcionava as Diretorias Regionais de Educação (DRE’s), com expectativas de que o prédio passasse por reforma e eles pudessem retornar. Na época, muitas mães foram contra a mudança, alegando que escola teria ficado muito longe, o que prejudicava o deslocamento dos adolescentes.

 conseguiu contato com a mãe de uma estudante da Escola Tiradentes, Franciele Costa, e ao ser questionada sobre a escola não retornar para o espaço de origem e continuar nas dependências do antigo Licínio Monteiro, ela descreveu como um absurdo, pois o Estado havia garantido a reforma para que a maioria dos alunos voltasse a estudar próximo de casa.

Segundo Franciele, se o Tiradentes não voltar, os adolescentes da região do Jardim Glória vão continuar vivendo sob tortura, precisando acordar de madrugada, correndo perigo nas ruas desertas onde podem ser assaltados e ainda enfrentar ônibus lotados para estar na escola às 06h30.

“Primeiro que tiraram o nome Nadir de Oliveira para ser a escola Tiradentes. Depois a escola estava caindo aos pedaços, falaram que ia ser reformada e que logo iriam voltar o Tiradentes novamente. E agora essa notícia. Isso é um absurdo”, desabafou ela.

Obra abandonada e demolição

Com o passar do tempo a escola ficou abandonada, coberta pelo matagal e sendo utilizada por usuários de drogas e moradores de rua. Em 2022, a empresa Somave Construtora – que tocou outras reformas de escolas estaduais em Várzea Grande – recebeu cerca de R$ 253.983,37, para então reforma da Escola Estadual Militar Tiradentes Tenente Coronel Louirson Rodrigues Benevides.  Confira pagamento.

Contudo, em maio de 2023, alegando descumprimento por parte da empresa Somave Construtora Ltda, o Governo do Estado rescindiu o contrato, e novas licitações foram prometidas. Após 1 ano e 8 meses, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) confirmou ao  que o espaço o prédio será demolido para a construção do segundo Colégio Estadual Integrado (CEI).

A Seduc informou que as duas unidades de Várzea Grande seguirão o mesmo projeto arquitetônico, com estrutura pré-moldada e tempo reduzido na sua construção em relação a uma obra convencional. Segundo a Secretaria, o novo modelo de estrutura pode ser construída em até 180 dias, contudo, nem mesmo a primeira ainda foi concluída.

O antigo prédio será demolido pela Prefeitura de Várzea Grande, e, no local, a Seduc construirá o segundo Colégio Estadual Integrado do município, com 24 salas de aula, quadra poliesportiva, piscina semiolímpica e demais dependências.

A reportagem do  questionou qual teria sido o motivo da desistência da reforma da Escola Estadual Militar Tiradentes Tenente Coronel Louirson Rodrigues Benevides, e a assessoria da Seduc informou que o Estado tem a prerrogativa de mudar de planos para algo melhor que o planejado anteriormente.

 entrou em contato com o secretário de Comunicação de Várzea Grande, Marcos Lemos, e ele confirmou que o imóvel será demolido pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Obras. Segundo Lemos, houve um pedido do Governo do Estado para que a Prefeitura em parceria com o Estado promovesse a demolição das atuais instalações, para construção de uma nova unidade escola, entretanto, ainda não foi oficialmente formalizado.

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