Dona De Casa Começa Produção De Empadas Após Marido Perder Emprego: ‘meu Filho Sonhava Em Fazer Medicina’

Foto: Reprodução

Com informação: olharconceito

Quando o marido perdeu o emprego em 2018, Elisete Costa, de 47 anos, viu a família enfrentar dificuldades financeiras e viver no limite. Foi o incentivo de uma amiga que a ajudou a começar a produção caseira de empadas, que se tornou uma das principais fontes de renda da família. Elisete fez a primeira receita quando a amiga, que mora nos Estados Unidos, falou sobre o desejo de comer o prato durante uma temporada em Cuiabá. A Empada América, que funciona na casa dela, logo começou a ter pedidos quando a amiga começou a publicar sobre a empada nas redes sociais. O contraste entre o recheio cremoso e a massa crocante, que é uma receita autoral, se tornaram o diferencial. Ainda assistindo a família passar dificuldades financeiras, Elisete lembra que não tinha tido “um estalo” sobre o potencial de venda das empadas. Foi quando o filho decidiu fazer Medicina, que ela decidiu criar a Empada América. “Foi por ele que virou um negócio. Ele queria fazer cursinho, meus dois filhos mais novos foram para escola pública quando meu marido perdeu o emprego. A concorrência seria muito grande para ele fazer Medicina, perguntei onde ele queria fazer cursinho e ele disse que queria no Cin. Essa minha amiga falou: por que não transforma em um negócio? Já começa fazendo para pagar o cursinho. Foi assim que começou, comecei a vender muito, ele fez o cursinho e passou em Medicina”. A Empada América, que funciona na casa dela, logo começou a ter pedidos quando a amiga começou a publicar sobre a empada nas redes sociais. O contraste entre o recheio cremoso e a massa crocante, que é uma receita autoral, se tornaram o diferencial. Elisete se emociona ao lembrar que o filho deixou o ensino público direto para cursar Medicina na Unic, aos 17 anos. “Foi eu quem recebi a notícia, eles ligaram para mim e perguntaram como eu me sentia de ter um filho médico. Foi um sonho realizado”. Como a empada nunca foi um dos pratos preferidos da família, Elisete não imaginava que a tortinha recheada tinha tantos fãs em Cuiabá. Ela brinca que se surpreendeu ao descobrir que a empada é uma paixão nacional “como o churrasco”. Depois de certo tempo, a dona de casa decidiu que criaria a própria receita, já que um dos pontos que a faziam “ser fã” do salgado, era a massa extremamente quebradiça e o recheio seco. Ainda em 2018, quando começou a vender as empadas formalmente, Elisete conta que ouviu de uma amiga, que trabalha no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que ela deveria oferecer as tortinhas na lanchonete do órgão. A produção para o TRT representou uma virada de chave na vida da dona de caso e lhe apresentou a possibilidade de se tornar uma microeempreendedora. “Eu vendia lá R$ 12 mil por mês só de empada, entregava dois dias e mandava em média 200 empadas por dia. Venho essa época de muitas vendas e não soube administrar o cansaço, fiquei bem fadigada mesmo e parei. Do começo até agora houveram vários recomeços. Veio a pandemia e todo mundo do ramo da alimentação deu um boom, eu achei que deveria parar e não, foi o que disparou, Instagram bombando. Com todo maquinário pronto para montar a fábrica, parei tudo”. Quando precisou parar por conta do cansaço físico e mental dos dias dedicados a produção de empadas, Elisete estava sozinha, já que não poderia se dar ao luxo de contratar funcionários. Há 40 dias, a história mudou quando foi incentivada a recomeçar pelos dois filhos mais novos. “Falei para eles que marketing e rede social não era comigo, eu faço empada e se eles assumissem a responsabilidade dessa parte da empresa, eu recomeçaria. Assim eu daria conta. Agora são eles que fazem para mim, postam, fazem as fotos. O negócio está legal, todo dia saem em média 50 pedidos”. Assim como em 2018, o retorno surpreendeu Elisete, que já começa a enxergar a possibilidade de montar uma fábrica fora de casa. “É…”.

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