SABRINA VENTRESQUI
O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) e correligionário do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho (União Brasil), acredita que o chefe do Legislativo fez a escolha certa ao optar por deixar a agremiação. Isto porque Botelho e secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, travavam uma disputa interna para viabilizar suas respectivas candidaturas nas eleições municipais de 2024, em busca de ocupar cargo do Palácio Alencastro.
Contudo, Garcia conta com o apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil), que também preside o diretório regional da sigla, devido a um compromisso firmado entre os dois, ainda em 2022. O parlamentar anunciou saída do União Brasil no início desta semana.
Botelho justificou a provável desfiliação da agremiação por achar que as portas dentro da legenda foram fechadas para ele, ou seja, sem que haja possibilidade de que ele seja o candidato à prefeitura de Cuiabá, nas eleições municipais de 2024. Nos bastidores, comenta-se que a visita do presidente da Casa de leis a Brasília (DF), na terça-feira (8), foi para finalizar as tratativas com o PSD, liderado pelo Ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD).
“Como não há sub-legenda, o União Brasil só pode lançar um candidato. Então, um dos dois vai ter que sair fora. Vai ter que ‘caçar’ partido se os dois quiserem ser candidatos. Nesse caso, como a maioria do partido hoje é controlada pelo governador Mauro Mendes, dificilmente o deputado Botelho realmente teria espaço para disputar o cargo de prefeito dentro da União Brasil. Nesse caso, só cabe a ele realmente sair do partido e indicar um novo partido para a sua opção política de disputar a prefeitura de Cuiabá”, afirmou Júlio Campos, na manhã desta quarta-feira (9).
Contudo, na avaliação de Júlio Campos, as portas não estão completamente fechadas para Botelho e defendeu que sejam realizadas pesquisas de intenção de voto para que a sigla lance o melhor quadro para postular ao Alencastro. “Eu acho que a porta não fechou por completo porque a sucessão municipal será em 2024. Daqui até a convenção teremos um prazo bastante grande. Minha tese, que eu defendo dentro da União Brasil, seria que nós fizéssemos uma pesquisa qualitativa e quantitativa entre todos interessados do partido a disputar o futuro de Cuiabá e aquele que tivesse mais viabilidade eleitoral em termos popular, em termos de povo, deveria ser o candidato, não impondo candidaturas”, ponderou.
Na visão de Campos, que possui vasta experiência política, pois já ocupou cargo de prefeito, governador, senador, deputado estadual e federal, o presidente da Assembleia Legislativa é o melhor quadro dentro do partido. Em um levantamento divulgado na terça-feira (8), realizada pela Paraná Pesquisas, demonstrou que Botelho aparece em segundo lugar nas intenções de voto da população cuiabana, lembrado por 19% do eleitorado.
“É claro que o deputado Eduardo Botelho é o melhor quadro que o que o nosso partido União Brasil teria para disputar a prefeitura de Cuiabá”, declarou. Questionado sobre uma possível debandada, visto que tanto Júlio, quanto seu irmão Jayme e o líder do governo, deputado Dilmar Dal Bosco (União Brasil) são do grupo de Botelho, o legislador afirmou que sua tendência é apoiar o presidente do parlamento estadual, onde quer que ele esteja.
“Não entramos em detalhes por enquanto. Nossa vontade, é manter o partido unido tendo essa tese de que em novembro, vamos fazer umas pesquisas qualitativas e quantitativas, aí sim decidir qual rumo seguir. Se o partido vai realmente, abrir em duas ou três alas, ou se vai continuar unido. Por enquanto, não há uma definição final. Mas, se ocorrer [um racha], no caso, eu não posso falar pelo senador Jayme nem pelo deputado Dilmar Dal Bosco, mas a minha tendência é apoiar independente de qualquer coisa o nome do deputado Botelho para prefeito de Cuiabá até por interesse de abrir espaço para futuras candidaturas em 2026”, opinou Júlio Campos.