Foto: Reprodução
Com informação: gazetadigital
A proposta de lei que visa acabar com a escala 6×1 continua a gerar controvérsia, com divergências entre a classe trabalhadora e empresarial. A reportagem esteve no centro de Cuiabá para ouvir a opinião dos moradores locais sobre o assunto.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e já possui assinaturas suficientes para ser discutida na Câmara dos Deputados. A PEC propõe modelos alternativos, como 5×2 (5 dias de trabalho, 2 de descanso) e 4×3 (4 dias de trabalho, 3 de folga), mas tudo dependerá de acordos entre empregadores e empregados. Atualmente, a escala 6×1 é comum em setores como indústria, comércio, restaurantes e mercados, onde os trabalhadores com carteira assinada cumprem seis dias consecutivos de trabalho e têm um dia de descanso, respeitando as 44 horas semanais estabelecidas pela Consolidação das Leis do Trabalho.
A PEC altera um artigo da Constituição Federal que atualmente limita a jornada diária a 8 horas e a carga semanal a 44 horas. Segundo defensores da modificação, a proposta visa oferecer mais flexibilidade às empresas, permitindo maior diversidade na organização das escalas de trabalho e, potencialmente, mais folgas para os trabalhadores ao longo da semana.
Por outro lado, o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio) Marco Pessoz criticou a matéria, afirmando que o texto não leva em conta as características únicas de cada setor e os impactos econômicos nas empresas. De acordo com dados do Google Trends, as pesquisas sobre o “fim da escala 6×1” aumentaram no Mato Grosso, especialmente a partir de 8 de novembro, quando o tema começou a ganhar repercussão nas redes sociais.
O interesse variou entre as cidades, com destaque para Campo Novo do Parecis, que registrou o índice mais alto de popularidade (100), seguido por Cáceres (80). Em outras cidades, o tema também gerou atenção, mas em menor escala. Rondonópolis obteve índice de 49, enquanto Sinop e Lucas do Rio Verde registraram 47 e 39, respectivamente. Sinop e Lucas do Rio Verde, importantes polos do agronegócio no estado, demonstraram um interesse significativo, o que sugere um impacto potencial do tema para trabalhadores locais, que podem estar envolvidos em regimes de escala semelhantes.