Universidade Federal de Mato Grosso

A Câmara Municipal de Chapada dos Guimarães realizou uma Audiência Pública na quinta-feira (19) para debater com os moradores as obras de retaludamento do paredão do Portão do Inferno. A população expressou preocupações sobre o plano de mobilidade que ainda não foi divulgado pelo Governo do Estado e as possíveis consequências sociais, econômicas, ambientais e geológicas da intervenção.

A audiência foi realizada a pedido dos moradores, que pediram mais transparência nas informações. Participaram da audiência moradores locais, representantes da sociedade civil, vereadores, secretários municipais, professores da UFMT, Associação de Guias e Condutores de Turismo, Câmara de Dirigentes Lojistas, estudantes e um representante do Ministério Público Estadual. O Governo de Mato Grosso não enviou um representante.

Durante a audiência, o promotor de Justiça de Chapada dos Guimarães, Leandro Volochko, alertou sobre os riscos identificados na região e justificou a urgência das obras com base em um estudo técnico que aponta para o risco de deslizamentos de rochas. Ele também mencionou que uma reunião técnica será realizada em Cuiabá, junto ao Ministério Público Federal, para discutir esses pontos com especialistas e representantes de órgãos ambientais e do governo.

O promotor também chamou atenção para a possibilidade de embargos por parte do MPF, uma vez que o local é uma área de preservação nacional. Além disso, o promotor de Justiça afirmou que o Ministério Público Estadual irá atuar para que o Governo reveja o projeto da obra e pediu aos vereadores presentes que pressionem o Governo a reconsiderar o plano de intervenção.

O professor Cleberson Ribeiro, do setor de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), também participou da audiência e questionou a eficácia do retaludamento proposto pelo Governo, sugerindo alternativas como a construção de viadutos, túneis ou uma ponte estaiada. Ele também destacou que estudos técnicos apontam que a obra pode causar mais prejuízos a longo prazo do que as opções desenvolvidas pela SINFRA.

O professor ressaltou que a diminuição das exigências para as licenças ambientais se deve ao fato de a obra estar sendo tratada como um processo de emergência, mas que os relatórios indicam que não há esse grau de emergência. Ele afirmou que estão trabalhando junto ao Ministério Público Estadual e Federal para sensibilizar o governo sobre a situação.

iNFORMAÇÕES E FOTO: FOLHAMAX

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