Confusão entre eleição e Copa do Mundo impacta vendas da camisa do Brasil no comércio de Cuiabá

O uso da camisa amarela da Seleção Brasileira como ‘uniforme’ dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) impactou fortemente as vendas do comércio popular. Comerciantes ouvidos pelo Olhar Direto revelam a dificuldade em desassociar o manto da Seleção Canarinho com o período eleitoral.

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No Shopping Popular, a semana que marca a estreia do Brasil na Copa do Mundo foi marcada pelo aumento de consumidores procurando as réplicas das camisas da seleção. De acordo com a assessoria da administração do local, os permissionários relatam aumento de 80% na procura e venda.

Debora Pereira Gomes, que trabalha em um dos boxes do shopping, revela que o faturamento aumento nos últimos dias, chegando a faturar quase R$ 4 mil diariamente só com a venda das camisas.

Com o campeonato mundial coincidindo com a ‘ressaca’ eleitoral, ela conta que o estabelecimento chegou a reforçar o estoque de camisas verde e amarela para o segundo turno da disputa presidencial, mas as vendas só aumentaram agora, às vésperas da partida entre Brasil e Sérvia – marcada para às 15h (horário de Mato Grosso) desta quinta-feira (24).

“Esperávamos que o presidente Jair Bolsonaro fosse ganhar, então colocamos mais a venda, especialmente no segundo turno. Mas, não vendeu tanto. O que não vendemos no segundo turno, estamos vendendo agora”, disse.

Debora acredita que a Copa do Mundo tem conseguido romper as questões políticas. Afirma que até mesmo os que não apoiam Bolsonaro escolhem o verde e amarelo para vestir e torcer pelo país no Catar. “Com a Copa quebrou essa coisa de o verde e amarelo ser dele (Bolsonaro), está vendendo bastante. Tenho bastante estoque do azul”.

Venda nas ruas

Nas ruas, o vendedor ambulante Geovani Pietro se instalou no cruzamento entre as avenidas Mato Grosso e do CPA e ainda vê uma resistência à “amarelinha”. Vindo de São Paulo apenas para vender camisetas e bandeiras do Brasil, diz que o fato de a eleição ter acabado há menos de um mês faz com que muitos evitem comprar.

“Está franco, muito pelo período eleitoral. Muitos compraram durante as eleições e o verde e Amarelo não sai muito, por conta de Bolsonaro. Estão levando mais a azul”, revelou.

Valor

O preço das peças é fator que chama a atenção de quem quer vestir uma camisa da Seleção, mas sem gastar muito. No Shopping Popular, uma réplica produzida na Tailândia mais parecida com a oficial sai por volta de R$ 200. Há também algumas mais simples, apenas com as cores e emblemas da CBF, valendo entre R$ 60 e R$ 80. Já nas vias públicas, vendedores ambulantes oferecem as peças por cerca de R$ 50.

As originais, além de estarem faltando nos principais locais (físicos e digitais) de venda, chegam a valer R$ 349,99.

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