Foto: Ahmad Jarrah
Com informação: gazetadigital
O Eid Al Fitr, ou “Celebração do Desjejum”, foi celebrado há uma semana por muçulmanos de diversas partes do mundo. Este dia especial marca o encerramento do mês do Ramadã, um período em que os fiéis jejuam desde o amanhecer até o pôr do sol durante 30 dias. Em Cuiabá, aproximadamente 200 pessoas se reuniram na Mesquita localizada no bairro Bandeirantes para orações, troca de presentes e confraternização com a comunidade. Para os muçulmanos, o Ramadã é um tempo de reflexão interna, buscando se tornar uma pessoa melhor. Ao final desse período, ocorre o Eid Al Fitr, que neste ano foi celebrado no dia 30 de março. A festividade começou às 6h30, com orações em árabe entoadas coletivamente pelos seguidores da religião, seguidas por um sermão proferido pelo Sheik Ibrahim Alraeai.
O Sheik Ibrahim Alraeai ressaltou: “Cada muçulmano sabe que quem jejua durante esse período com fé e esperança, Deus perdoa todos os pecados anteriores. A comunidade deve ser forte, cultivando em seus corações compaixão e bondade com os outros. O islã ensina que devemos pensar no bem-estar do próximo e ajudar os necessitados”. Devido à relevância da data, é comum que as pessoas assistam à cerimônia vestindo suas melhores roupas e bem perfumadas. Após as orações e o sermão, um café da manhã coletivo com iguarias típicas brasileiras é oferecido.
Emina Hassoun, uma muçulmana de 60 anos, pratica o jejum e comemora o feriado islâmico desde a infância. Residente nas proximidades da Mesquita de Cuiabá, ela destaca que é um momento de alegria, uma festa que reforça o respeito e a caridade. “A festa é um momento de júbilo para nós. A caridade no islamismo se manifesta de várias formas, não apenas materialmente, mas também através de palavras de conforto. É trazer alento a alguém”, enfatiza a religiosa. Descendente de libaneses, Hassoun ressalta que a comunidade muçulmana é composta por diversas etnias. “A humanidade como um todo pratica o Islã, que é a crença na unicidade de Deus. Não se trata de cor, raça ou credo. Na nação muçulmana, não há nacionalidade. A religião está relacionada à fé”, acrescenta.
O feriado islâmico também simboliza a união entre muçulmanos de diferentes nacionalidades, já que todos realizam a mesma oração ao mesmo tempo. Nesse contexto, o cuiabano Jamal Omais, 50 anos, inclui em suas orações o povo palestino, que há décadas enfrenta um genocídio promovido por Israel. “É um dia de celebração e orações. Apesar de todas as dores, precisamos comemorar, pois a festa é também uma forma de adoração a Deus. Não podemos esquecer nossos irmãos que sofrem, especialmente na Palestina”, sensibiliza Omais. Ele já residiu no Líbano e no Canadá e destaca a fraternidade e o senso de comunidade nesses lugares. No Líbano, recorda que os comércios fechavam e as famílias se reuniam em busca de reconciliação. “Um dos objetivos do jejum é sentir a dor do próximo. Hoje, estamos nos solidarizando com nossos irmãos, fortalecendo a irmandade. E não apenas entre muçulmanos, pois a Palestina também abriga cristãos que sofrem com os sionistas. Queremos viver em paz e justiça”, conclui.