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Com informação: folhamax
Em sua primeira reunião com a nova composição, a Comissão de Relações Internacionais, Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Institucional da Assembleia Legislativa de Mato Grosso traçou um ambicioso plano de trabalho para fortalecer a presença do estado no cenário global. Sob a presidência do deputado Valdir Barranco (PT) e vice-presidência de Júlio Campos (União), o colegiado definiu como prioridades a participação ativa nos eventos internacionais que o Brasil sediará em 2024 – o encontro do Brics em julho e a COP30 em novembro – além de impulsionar projetos de investimento estrangeiro que aliem crescimento econômico à sustentabilidade ambiental.
Barranco destacou o paradoxo enfrentado por Mato Grosso, estado que é simultaneamente potência agroexportadora e guardião de biomas estratégicos: “A cobrança por preservação ambiental não é inimiga da produção, mas sim uma condição para nosso desenvolvimento futuro”. O argumento foi reforçado pela apresentação do professor Leonardo de Souza (UFMT), que demonstrou como o investimento estrangeiro direto pode impulsionar a economia sem degradar os recursos naturais. “Estamos diante de uma oportunidade única de atrair capital internacional para projetos que valorizem nossa biodiversidade”, explicou o acadêmico, citando o potencial de mercados como a China, que se tornou grande compradora de commodities mato-grossenses.
O contexto geopolítico atual também foi analisado pela comissão. Enquanto as tensões comerciais entre EUA e China criam turbulências na economia global, os parlamentares enxergam espaço para Mato Grosso se posicionar estrategicamente. “As medidas protecionistas de Donald Trump prejudicam o comércio mundial, mas abrem janelas para quem estiver preparado”, observou Barranco, referindo-se à possibilidade de o estado ampliar suas exportações para mercados asiáticos em detrimento dos produtos americanos.
A UFMT apresentou um projeto detalhado para captação de investimentos estrangeiros, com foco em setores onde Mato Grosso possui vantagens competitivas: agronegócio sustentável, bioeconomia e energias renováveis. O plano prevê a criação de um hub internacional de negócios que articule instituições públicas, setor privado e academia para atrair capital e tecnologia.
Para os membros da comissão, 2024 representa um ano-chave para a projeção internacional do estado. Além de preparar uma agenda robusta para os eventos globais, os parlamentares se comprometeram a fortalecer as relações com países que já mantêm laços comerciais com Mato Grosso, transformando a ALMT em ponte entre o potencial local e os investidores estrangeiros. “Não estamos apenas participando desses fóruns, mas levando propostas concretas que mostrem como nosso estado pode contribuir com soluções para os desafios globais”, concluiu Barranco, sinalizando que a comissão trabalhará para transformar o discurso da sustentabilidade em resultados práticos para a economia mato-grossense.