Café verde: a nanotecnologia que vai te surpreender

Foto por: Christiano Antonucci/Secom MT

 

Pesquisadores em Mato Grosso estão criando nanopartículas a partir de coprodutos da cafeicultura, como o fruto inteiro do café verde, a casca e a película prateada, que são ricos em compostos fenólicos, minerais e antioxidantes, com o objetivo de aplicá-las nas indústrias farmacêutica e alimentícia.

A nanotecnologia é vista como a abordagem mais estável, eficaz e segura para essa finalidade, proporcionando uma melhor permeação cutânea e a preservação das propriedades bioativas dos compostos. Essa iniciativa permitirá a realização de testes para a produção em larga escala, além do desenvolvimento de formulações de lipossomas, que são pequenas vesículas esféricas compostas por uma ou mais camadas de lipídios. Os lipossomas atuam como transportadores de ingredientes ativos, aprimorando sua absorção e eficácia na fabricação de cosméticos, sabonetes líquidos, água micelar, hidratantes faciais e cremes para a área dos olhos.

Essa tecnologia tem como objetivo aumentar a eficácia terapêutica e a segurança biológica do extrato, o que é fundamental para sua aplicação na indústria de cosméticos. O projeto conta com apoio financeiro do Edital 001/2019/Centelha Bolsa Desenvolvimento Tecnológico e Industrial, do Governo do Estado, gerido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), e está sendo liderado pela empresa Cafenólicos, sob a coordenação da pesquisadora farmacêutica doutora Wanessa Costa Silva Faria e com a participação do doutorando Luciano Carlos de Arruda.

Os resultados esperados incluem a padronização do processo de extração em larga escala, assegurando reprodutibilidade no rendimento e na concentração de substâncias ativas. Além disso, busca-se identificar fornecedores que atendam aos padrões de qualidade e ofereçam preços acessíveis, possibilitando a produção industrial de um produto de alta qualidade. O impacto esperado deste estudo vai além da indústria de cosméticos. O café verde, frequentemente considerado um subproduto da cafeicultura, pode se transformar em uma base para novos ingredientes farmacêuticos e alimentícios. Espera-se que essa iniciativa também estimule a produção de cafés orgânicos, agregando valor à cadeia produtiva e facilitando a obtenção de certificações de qualidade para os produtos derivados. “A indústria farmacêutica tem demonstrado um interesse crescente por compostos bioativos extraídos de plantas, devido aos seus diversos benefícios à saúde, como propriedades antioxidantes, antiobesogênicas, anti-hipertensivas e anticancerígenas.

Estudos indicam que o café verde possui uma maior concentração desses compostos em comparação ao café maduro, tornando sua extração em larga escala um projeto promissor”, acrescentou Arruda. Entre os principais objetivos do projeto estão a prestação de serviços técnicos no desenvolvimento de nanoestruturas com extrato de café verde, a busca por orçamentos, a qualificação de fornecedores e a produção em larga escala dos extratos vegetais. “Dessa forma, o projeto se posiciona como uma inovação estratégica para os setores cosmético e farmacêutico, promovendo sustentabilidade e aproveitamento integral do café verde”, ressaltou a coordenadora do projeto, doutora Wanessa Faria.

Informações:  Fapemat

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