Botelho Diz Que Câmeras Corporais Inibem Ações Da PM: “Sou Totalmente Contra

Foto: Tchélo Figueiredo

Com informação: rdnews

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil), declarou que, por ora, a Polícia Militar de Mato Grosso não implementará o uso de câmeras corporais. Ele argumentou que o equipamento pode inibir a atuação dos policiais, especialmente num momento em que o Estado está intensificando suas ações contra o crime organizado, particularmente com o lançamento do programa Tolerância Zero Contra o Crime Organizado. O deputado estadual Wilson Santos (PSD), que é o autor do projeto de lei referente às câmeras, que busca aprovação desde 2022, prometeu reapresentá-lo em breve. Contudo, é improvável que a proposta seja aprovada pela ALMT.

Tchélo Figueiredo declarou: “Estamos em uma guerra contra facções e organizações criminosas, e as câmeras não ajudam no trabalho dos policiais. Acredito que a obrigatoriedade do uso das câmeras nas fardas será uma realidade, mas, por enquanto, a intenção é não implementá-las”, afirmou Botelho nesta quarta-feira (11). Apesar de sua oposição, Botelho reconheceu que a tendência é que o monitoramento seja adotado, mas reafirmou que este não é o momento apropriado. “As câmeras terão que ser implementadas, isso é indiscutível.

A tecnologia avança, e um dia será necessário. Mas, enquanto pudermos postergar, vamos postergar”, completou. O debate sobre o uso de câmeras corporais na PM ganhou novo impulso após diversos incidentes de violência policial em São Paulo. Em resposta a essa situação, o governador Tarcísio de Freitas, que anteriormente era contra a adoção do equipamento, mudou sua posição. Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a obrigatoriedade do uso do equipamento com gravação contínua. Segundo Botelho, a realidade em Mato Grosso é distinta. Ele destacou que a tropa apenas reage a ataques de criminosos. “A câmera inibe a ação do policial.

Às vezes, o policial precisa confrontar os bandidos e acaba recuando, temendo que a câmera possa ser usada contra ele e que sua reação seja mal interpretada”, explicou. “A polícia só age em situações de confronto aqui. Em Mato Grosso, não temos uma polícia que invade comunidades agredindo ou arrombando portas. Isso não acontece aqui. O enfrentamento é contra grandes facções criminosas”, concluiu. O governador Mauro Mendes (União Brasil) também já descartou a utilização do equipamento nas forças de segurança do estado.

Para ele, a implementação dessa medida representa uma “inversão de valores” e coloca os policiais sob suspeita em vez dos criminosos. Na quarta-feira, o plenário da ALMT aprovou uma moção de aplausos para Tarcísio de Freitas por sua nova posição sobre o uso de câmeras corporais na PM. A proposta foi apresentada pelo próprio Wilson Santos. Votaram contra a moção os deputados estaduais Elizeu Nascimento, Gilberto Cattani e Cláudio Ferreira, todos do PL, além do líder do governo Dilmar Dal Bosco (União Brasil).

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