CAMILA RIBEIRO
Da Redação
O presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho (União Brasil), desmentiu o deputado federal Abilio Brunini (PL), negando que a Consórcio Metropolitano de Transporte, empresa do seu irmão Rômulo Botelho, vai receber do governo de Mato Grosso a doação dos veículos para o modal Ônibus de Transporte Rápido (BRT). Conforme Botelho, o Executivo estadual está dedicado às obras de implantação e, só depois, vai articular a compra dos veículos. Porém, o presidente da AL se antecipou, defendendo a execução de uma licitação.
“São falácias e, inclusive, defendo que seja licitado. A minha defesa é para que faça uma nova licitação. São falácias do deputado Abilio, coisas sem sentido. O governo está focado nas obras”, afirmou Eduardo Botelho nesta quarta-feira (26).
Segundo Abilio Brunini, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra-MT) expediu documento que abre a possibilidade da doação dos ônibus para evitar “riscos” a partir de um novo certame.
“Uma vez a frota comprada pelo Estado, pode ser imediatamente integrada às concessionárias atuais, excluindo inúmeros riscos para a licitação de nova operadora”, disse o deputado, lendo trecho do documento.
Abilio disse que foi até a Sinfra-MT e a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager-MT) questionar como se daria o processo, e ambos os órgãos teriam negado a licitação.
“Eu estive na Sinfra, eu estive na Ager … Os dois órgãos falaram que vai ser assim (por doação). Nenhum falou que vai ter licitação”, frisou o deputado.
GOVERNADOR
De acordo com o governador Mauro Mendes (União Brasil), a compra dos ônibus do BRT é de responsabilidade da concessionária vencedora da licitação das obras, e não do Paiaguás. Mendes confirmou a versão do Botelho, explicando que o foco da Sinfra-MT agora é a finalização da parte estruturante. A compra dos veículos é outra etapa. Segundo ele, os fornecedores demoram entre seis e oito meses para entregar os carros. Mauro também esclareceu que os ônibus entregues à população pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), não estão adaptados ao modal.
“Não tenho essa informação, mas, preliminarmente, acho que não. Vi uns ônibus com umas portonas dessa altura e o BRT é com piso rebaixado, segue padrões de qualidades e requintes muito diferentes que esses ônibus que estão circulando por aí. Quem compra ônibus é a concessionária. Não é a empresa que compra ônibus”, pontuou o governador.
