Botelho defende voto secreto em vetos: independência e sem pressões

Foto: Reprodução

Com informação: esportesenoticias

O deputado estadual Eduardo Botelho (União) defendeu com veemência a manutenção do voto secreto na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, posicionando-se contrariamente às críticas feitas pela senadora Margareth Buzetti (PSD) e pelo governador Mauro Mendes (União). Em entrevista concedida na terça-feira (22), Botelho argumentou que o mecanismo é fundamental para preservar a independência dos parlamentares em votações sensíveis, como a derrubada de vetos ou a análise de contas governamentais.

O debate ganhou força após a recente derrubada, em votação sigilosa no dia 9, de um veto do governador que impedia a manutenção de mercadinhos em unidades prisionais. Para Botelho, o voto secreto assegura que os deputados possam decidir conforme sua consciência, sem sofrer pressões imediatas da galeria, do Executivo ou de grupos organizados. “É nesses momentos cruciais que a Assembleia precisa exercer plenamente seu papel fiscalizador, livre de qualquer tipo de coerção”, afirmou o parlamentar, ressaltando que situações de votação aberta podem distorcer o verdadeiro posicionamento dos representantes eleitos.

A posição de Botelho encontra eco no presidente da ALMT, Max Russi (PSB), que também defende o regimento interno da Casa, o qual prevê o voto secreto em matérias específicas como forma de equilíbrio entre os Poderes. Já os críticos, liderados pela senadora Buzetti e pelo governador Mendes, argumentam que decisões que impactam diretamente a população devem ser tomadas com total transparência. O governador chegou a ironizar os “13 caboclos” que, anonimamente, derrubaram seu veto, questionando a legitimidade de um processo que impede o controle social sobre os representantes eleitos.

Este impasse reflete um dilema mais amplo da democracia representativa: como conciliar a necessária independência dos parlamentares com o direito dos eleitores de acompanhar e cobrar coerência no exercício do mandato. Enquanto no âmbito federal o voto secreto foi praticamente abolido após a Constituição de 1988, permanecendo apenas em processos disciplinares, as assembleias estaduais mantêm autonomia para regular seus próprios procedimentos. Botelho, no entanto, é taxativo: “Defendo a continuidade do voto secreto porque ele protege a essência do trabalho legislativo, permitindo decisões técnicas e ponderadas, distantes do calor das paixões momentâneas”. A polêmica, que mistura aspectos regimentais, políticos e de transparência, promete seguir acalorada nos corredores da ALMT.

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