Barranco reage a Stopa: “Sem o PT, PV estaria fora do jogo político”

Foto:

Assessoria

Com informação: vgnoticias

O presidente estadual do PT em Mato Grosso, deputado Valdir Barranco, reagiu com contundência às declarações do líder do PV no estado, José Roberto Stopa, que em reunião partidária acusou petistas de atuarem por “interesses pessoais”. Em entrevista à imprensa, Barranco classificou como “lamentáveis” as afirmações do ex-vice-prefeito de Cuiabá, embora tenha ressaltado não ter tido acesso direto às falas.

O cerne da polêmica
A tensão surgiu quando Stopa sugeriu o rompimento da federação partidária entre PT, PV e PCdoB – aliança estabelecida nacionalmente em 2022. Barranco lembrou que a iniciativa da união partiu justamente do PV e do PCdoB, que na época enfrentavam risco de extinção por não atingirem a cláusula de barreira. “Quem pediu para se federalizar foi o PV, que hoje estaria fora do cenário político sem essa união”, destacou o petista, referindo-se à regra que exige desempenho eleitoral mínimo para manter o registro partidário.

Custos da aliança
O parlamentar apresentou um balanço crítico dos resultados da federação:

  • Nas eleições de 2022, o PT abriu mão de candidaturas próprias para beneficiar aliados, mas não obteve retorno proporcional em votos

  • Na disputa municipal de 2024 em Cuiabá, enquanto o PV elegeu três vereadores, o PT ficou apenas com suplências

  • Barranco citou o caso específico da candidatura de Rosaneide, que teria necessitado de 13 mil votos adicionais para se eleger

Questão de instância
O líder petista enfatizou que decisões sobre a federação competem exclusivamente às direções nacionais dos partidos. “São os nossos dirigentes nacionais que vão definir se continua, se inclui outras legendas ou se encerra”, afirmou, descartando que eventuais descontentamentos locais possam ditar o futuro da aliança.

Contexto político
A troca de farpas ocorre em um momento delicado para a federação, que completa dois anos com resultados díspares:

  • No plano nacional, a aliança fortaleceu as siglas menores no Congresso

  • Em Mato Grosso, os benefícios têm sido assimétricos, com o PT arcando com custos políticos sem obter vantagens eleitorais equivalentes

Barranco finalizou com um recado velado: “Nós fomos prejudicados em 2022 porque abrimos mão de espaços. Agora é hora de avaliar se essa parceria ainda faz sentido”. A declaração sinaliza que, embora o PT mantenha o compromisso nacional, a seção mato-grossense do partido pode pressionar por ajustes na estratégia de alianças para 2026.

Enquanto isso, a bola está com as executivas nacionais das três legendas, que deverão se pronunciar sobre o futuro da federação nos próximos meses. O episódio revela as complexas negociações que permeiam as alianças partidárias no Brasil, onde interesses locais e nacionais nem sempre convergem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WordPress Ads