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Com informação: issoenoticia
Na última sexta-feira (28), o Movimento Negro Unificado de Mato Grosso (MNU-MT) promoveu a cerimônia de plantio de um Baobá na propriedade do deputado estadual Valdir Barranco (PT), localizada no município de Acorizal. O evento simbolizou ancestralidade e resistência, reunindo líderes do movimento negro, militantes e apoiadores da causa antirracista. O Baobá, uma árvore milenar de origem africana, representa força, sabedoria e a conexão com as raízes ancestrais. Durante a cerimônia, as lideranças do MNU-MT enfatizaram a relevância do ato para a valorização da cultura afro-brasileira e a preservação da memória do povo negro.
“A cerimônia de hoje significa muito mais do que o plantio de uma árvore. Estamos cultivando história, resistência e identidade. Que esse Baobá cresça forte, assim como a luta do nosso povo”, declarou Bel Garcia, uma das lideranças do MNU-MT. Para Ivo Campos, coordenador do MNU-MT, o plantio do Baobá reafirma a importância da ancestralidade e do reconhecimento da cultura africana no Brasil. “Esse ato é um símbolo da nossa luta e da nossa história, que tem sido apagada ao longo dos séculos. Não podemos permitir que nossas tradições sejam esquecidas ou desrespeitadas”, ressaltou. Barranco, anfitrião do evento, celebrou a iniciativa e destacou o Baobá como um símbolo de resistência. “Dizem que o Baobá vive por milhares de anos e que suas raízes sustentam não apenas a terra, mas também a identidade e a cultura do povo negro.
Ter esse Baobá aqui representa a continuidade dessa luta que precisa ser fortalecida a cada dia”, afirmou. Durante o evento, Barranco também criticou a atitude do governador Mauro Mendes (União Brasil) em relação ao plantio de um Baobá que ocorreu recentemente em Vila Bela da Santíssima Trindade. Segundo o deputado, a falta de sensibilidade do chefe do Executivo estadual ao ignorar os rituais tradicionais e impedir a fala das lideranças presentes demonstrou desrespeito à cultura afrodescendente. “O governador Mauro Mendes perdeu a oportunidade de mostrar respeito pela história e pela luta do povo negro.
O plantio de um Baobá não é apenas um ato simbólico, mas um ritual de conexão com a ancestralidade. Ele não só ignorou essa importância, como também realizou o plantio de maneira desrespeitosa, com os pés, quebrando toda a espiritualidade do momento”, repudiou Barranco. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra (pretos e pardos) corresponde a cerca de 60% dos habitantes de Mato Grosso. Contudo, a desigualdade racial permanece evidente no estado: a taxa de homicídios entre pessoas negras é 2,5 vezes maior do que entre brancos, e a renda média da população negra continua consideravelmente abaixo da população branca. “Eventos como o plantio do Baobá em Acorizal reforçam a necessidade de políticas públicas que valorizem a cultura e garantam direitos à população negra”, afirmou o deputado. O Movimento Negro Unificado continua sua luta para que ações de resistência e reconhecimento da ancestralidade afrodescendente sejam cada vez mais fortalecidas.
