As Duas Maiores Cidades De MT Ainda Não Estão Preparadas Para Chuvas Torrenciais

Foto: Luiz Alves – Secom-Cuiabá

Com informação: omatogrosso

Mais uma vez, Cuiabá e Várzea Grande – a capital do Mato Grosso e a segunda maior cidade do estado – enfrentaram momentos de grande angústia devido às intensas tempestades que ocorreram ontem (12) e anteontem (11). Com menos de uma hora de chuva, várias avenidas e ruas sem drenagem ficaram totalmente alagadas, como foi o caso da Avenida Manuel Ramos Lino, em Cuiabá, que conecta à Miguel Sutil [Perimetral]. Se alguém colocasse um barco ali, seria possível navegar em ondas turbulentas por toda a avenida; um surfista certamente apreciaria o desafio. A mesma situação caótica se repetiu em outros trechos de bairros que normalmente suportam um tráfego intenso nos dois municípios: tudo ficou submerso. Houve relatos, tanto na área urbana quanto nas periferias das duas cidades, de linhas de ônibus interrompidas devido à força das “corredeiras”, representando um risco à vida para aqueles que precisavam embarcar ou desembarcar.

Surge, então, uma pergunta previsível diante desse cenário calamitoso: – O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento não foi criado para implementar um sistema de drenagem eficiente em Cuiabá e Várzea Grande? O intuito não era resolver a desordem do saneamento básico em ambos os municípios? Para entender parcialmente como o PAC estagnou ou não cumpriu suas promessas, é necessário voltar vários anos. Quando o PAC foi lançado, por volta de 2007, parecia que tudo iria melhorar. Os moradores das duas cidades ficaram impressionados com a quantidade de recursos destinados à canalização [ou drenagem]. Isso significava o fim dos alagamentos e a normalização do saneamento básico. Na capital, sob a gestão do prefeito Wilson Santos, essas obras revelaram as deficiências [gambiarras] existentes nos bairros periféricos, como Jardim Vitória e a região do Pedra 90. Para acessar suas casas, os moradores precisavam saltar sobre valas profundas, que estavam sendo preparadas para a canalização. Isso ocorreu em várias áreas do centro da capital e em Várzea Grande.

Apesar dos incômodos causados pelas valetas que cortavam as ruas e geravam tumulto, os moradores não reclamaram. Eles acreditavam que ali estava a solução tão esperada para os problemas que enfrentavam há décadas. No entanto, a realidade que se desenhou nos anos seguintes foi bem diferente: basta uma forte chuva para que tudo se inunde em Cuiabá e Várzea Grande. Segundo os engenheiros, faltou planejamento para que essas inundações fossem resolvidas de uma vez por todas. De forma mais direta, apontam o descaso das gestões que se sucederam ao longo do tempo. Muitos ainda expressam revolta pelos danos materiais que acumulam ano após ano. E o pior: vidas perdidas. Muitas pessoas se afogaram em córregos ou foram tragadas por bocas de lobo. O Google possui um longo histórico de tais tragédias.

DESAFIO PARA OS NOVOS GESTORES

Este é um desafio que os novos gestores de Cuiabá e Várzea Grande precisam enfrentar e resolver o quanto antes. Afinal, é um fato que mais chuvas estão a caminho nos próximos dias, um ciclo que deve se prolongar por semanas. Depois, conforme o calendário atmosférico, as variações climáticas anuais trarão frio, seca e, novamente, mais CHUVAS. A população de ambas as cidades espera que seus administradores apresentem soluções efetivas, pois votaram neles esperando que problemas crônicos desse tipo se tornem parte do passado. Para os eleitores, que acreditam que é hora de deixar os discursos e começar a agir, não é aceitável adiar medidas que já são conhecidas e que se agravam a cada nova temporada de chuvas. O ideal, segundo eles, é que esses alagamentos – quase enchentes – se tornem apenas lembranças de um atraso visível em cidades que, pelo que representam nacionalmente, deveriam ser um exemplo de boa administração.

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