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Com informação: VG Notícias
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizará no dia 27 de março de 2025, no Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour, uma audiência pública para debater o funcionamento dos mercadinhos dentro dos presídios do Estado. A discussão foi aprovada através do Requerimento 84/2025 da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e contará com a presença de representantes do Governo, do sistema judiciário, do conselho da comunidade e outros interessados no assunto.
O presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), declarou em entrevista que a audiência será essencial para aprofundar a conversa sobre os mercados nas unidades prisionais. Segundo ele, é fundamental que o debate inclua todas as partes envolvidas para que a decisão final atenda aos interesses da população. “Estamos ansiosos por essa audiência para ampliar a discussão e ouvir todos os envolvidos. Há um debate intenso sobre o impacto dos mercadinhos nos presídios, se eles favorecem ou não as facções criminosas, e se garantem dignidade aos detentos. O parlamento é o espaço adequado para essa conversa, e já foi convocado pelo deputado Eduardo Botelho (União). Esperamos um resultado que atenda aos interesses de todos os mato-grossenses”, afirmou Russi.
Produtos de luxo e fiscalização
Recentemente, imagens divulgadas revelaram que itens considerados supérfluos e de alto custo estavam sendo vendidos nas unidades prisionais do estado, como cuecas de marca, potes de Nutella e outros produtos caros. A situação gerou polêmica e críticas sobre a real necessidade desses itens no sistema prisional. Max Russi destacou que a Assembleia Legislativa não apoia esse tipo de comércio e que a venda de produtos considerados desnecessários nas prisões não deve ser normalizada. “Isso não podemos aceitar. Aceitar essa situação gera revolta na população. O mínimo necessário deve ser oferecido, e o Estado tem condições de garantir isso. O papel do Parlamento e de outros órgãos é fiscalizar e acompanhar para evitar abusos”, declarou o presidente da ALMT.
Qualidade da alimentação dos presos
Outro ponto controverso abordado na entrevista foi a qualidade das refeições fornecidas aos detentos. O desembargador Orlando Perri, relator de uma ação sobre o sistema prisional de Mato Grosso, destacou que as refeições servidas nas unidades prisionais estariam chegando em condições inadequadas para o consumo. Max Russi afirmou que a Assembleia Legislativa, através da Comissão de Segurança Pública e Comunitária, já está acompanhando essa questão e reforçou que a qualidade das refeições deve ser assegurada. “É preocupante ver esse tipo de denúncia, especialmente porque há empresas renomadas responsáveis pela alimentação dos presídios. Não podemos aceitar que qualquer pessoa, independentemente de sua condição, receba uma alimentação inadequada ou insuficiente. A Assembleia continuará fiscalizando e cobrando para que isso não ocorra”, concluiu.